Perguntada sobre diversidade racial, Cristina Junqueira, fundadora da fintech-unicórnio, havia dito que “não dá para nivelar por baixo”
POR PAULO VIEIRA
Bastou uma resposta inadequada para o programa Roda Viva, da TV Cultura, de São Paulo, segunda-feira passada, para a imagem de modernidade do Nubank começar a fazer água.
Fintech que se tornou um dos primeiros unicórnios brasileiros por atingir valor de mercado de mais de US$ 1 bilhão, a empresa era considerada um tipo de “lado certo da força” na luta contra o fechado sistema financeiro brasileiro, espécie de oligopólio que sempre faturou em cima do correntista cobrando taxas de operações salgadas.
O Nubank começou zerando a anualidade do cartão de crédito e daí partiu para a redução de taxas na conta-corrente, tornando-se um player importante para um país ainda bastante desbancarizado.
Mas sua fundadora, Cristina Junqueira, em resposta sobre o aumento de diversidade racial em seu quadro de funcionários, disse no televisivo que “não dá para nivelar por baixo”.
A hashtag “Nunbakracista” ganhou tração no Twitter, e diversos usuários da rede social mostraram ali que acabavam de fechar suas contas no Nubank.
Ontem, a empresa veio novamente a público para fazer mais um mea culpa e dizer que promete “avançar, dentro e fora de casa, com uma agenda de reparação histórica e de combate ao racismo estrutural”.
Um acordo com o Instituto Identidades do Brasil foi anunciado. “O objetivo é ampliar nosso entendimento sobre o tema, firmar nosso engajamento público e contínuo e acelerar a promoção da igualdade racial no Nubank.”
Veja reportagem de capa sobre o Nubank feita pela revista PODER aqui.