Após discurso de Bolsonaro na ONU, relembre participações marcantes de outros líderes brasileiros

Presidentes na ONU || Créditos: Arquivo Fernando Collor/UNPhoto/Eskinder/Divulgação/PT/Agência Brasil/Roberto Stuckert Filho/PR/Beto Barata/PR/Agência Brasil/Marcos Corrêa/PR

O presidente Jair Bolsonaro discursou em assembleia da ONU nesta terça-feira (22) por meio de um vídeo gravado previamente. Devido à pandemia do novo coronavírus, a reunião foi realizada virtualmente e já se tornou histórica. Durante seu discurso, o presidente disse, entre outras coisas, que o Brasil é vítima de uma campanha de desinformação sobre as queimadas na Amazônia e no Pantanal. Relembre, a seguir, outras participações de ex-presidentes na organização.

Fernando Collor
Em 1991, o ex-presidente Fernando Collor focou seu discurso em adequar o Brasil às exigências internacionais de direitos humanos e não-proliferação de armas nucleares. “O Brasil de hoje descarta a ideia de qualquer experiência que implique explosões nucleares, ainda que para fins pacíficos, e espera que outros países considerem a hipótese de tomar o mesmo caminho”, disse. “O mandato que me conferiu o povo é o de promover a rápida modernização [no Brasil] (…) para torná-lo mais competitivo e para que sua gente alcance os níveis de bem-estar a que seu talento e operosidade lhe dão direito”, completou.

Fernando Henrique Cardoso
Em 2001, o presidente Fernando Henrique Cardoso discursou na ONU e prestou solidariedade aos Estados Unidos, que tinha acabado de sofrer o ataque terrorista às Torres Gêmeas do World Trade Center. “Os atentados de 11 de setembro de 2001 foram uma agressão a todas as tradições. Uma agressão à humanidade. (…) A luta contra o terrorismo não é, nem pode ser, um embate entre civilizações, menos ainda entre religiões”, afirmou o ex-presidente em discurso conciliatório.

Lula
Na 64ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em 2009, a fala do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi marcada por comentários a respeito da crise econômica que o mundo sofria na época e sobre como o Brasil foi “um dos primeiros” países a sair dela. “Não fizemos nenhuma mágica. Simplesmente havíamos preservado nosso sistema financeiro do vírus da especulação. Havíamos reduzido nossa vulnerabilidade externa, passando da condição de devedores à de credores internacionais”, disse.

Dilma Rousseff
Em 2015, a ex-presidente Dilma Rousseff fez um discurso na 68ª assembleia criticando a espionagem feita pelos Estados Unidos na época e comentando protestos que tomaram o Brasil. “Somos um país democrático, cercado de países democráticos, pacíficos e respeitosos do Direito Internacional. Vivemos em paz com os nossos vizinhos há mais de 140 anos”, afirmou. “As manifestações de junho, em meu país, são parte indissociável do nosso processo de construção da democracia e de mudança social. O meu governo não as reprimiu, pelo contrário, ouviu e compreendeu a voz das ruas. Ouvimos e compreendemos porque nós viemos das ruas. Nós nos formamos no cotidiano das grandes lutas do Brasil. A rua é o nosso chão, a nossa base”, continuou.

Michel Temer
Em 2016, o ex-presidente Michel Temer fez questão de falar sobre o processo que tirou Dilma Rousseff do posto e de reforçar sua legitimidade no cargo. “O Brasil acaba de atravessar processo longo e complexo, regrado e conduzido pelo Congresso Nacional e pela Suprema Corte brasileira, que culminou em um impedimento. Tudo transcorreu dentro do mais absoluto respeito à ordem constitucional”, afirmou.

(Por Giorgia Cavicchioli)