Revista Poder

DESIGN: IGUALMENTE ICÔNICOS

Assim como há criações que se tornam referências fundamentais de seus criadores, há também outras menos conhecidas que revelam o mesmo talento, originalidade e história

Crédito: Reprodução

Por Ana Elisa Meyer

Quando mencionamos grandes nomes do mobiliário brasileiro, como Sergio Rodrigues, Jean Gillon ou Zanine Caldas, quase que automaticamente pensamos em suas criações mais icônicas: a poltrona Mole, a Jangada e a Namoradeira, respectivamente. Mas a criatividade desses três ícones do design nacional, que se destacaram principalmente entre as décadas de 1940 e 1960, foi muito além. As peças produzidas por eles, dentro de um mesmo parâmetro estético associaram-se à inovadora arquitetura brasileira do período, criando uma coerência com os novos espaços privados e institucionais. Pelas qualidades estéticas e funcionais, esses móveis permanecem devidamente reconhecidos e valorizados até hoje. 

Sergio Rodrigues (1927-2014)
Um dos grandes nomes do modernismo no país, principalmente nas décadas de 1950 e 1960, o arquiteto e designer carioca foi um dos pioneiros em transformar o design brasileiro em design industrial e torná-lo mundialmente conhecido.

Poltrona Vivi, 1962

Zanine Caldas (1919-2001)
Designer, arquiteto, paisagista e escultor, o baiano de Belmonte se opôs ao modernismo e ao concreto predominante e fez da madeira sua matéria-prima preferida. Autodidata, sua produção de móveis assinados se destacou no país entre os anos 1940 e 1960.

Espreguiçadeira ZC1, década de 1950

Geraldo de Barros (1923-1998)
Multiartista, fundou, em 1954, com o Frei João Batista, a cooperativa Unilabor, fábrica que produziu móveis simples e funcionais para a classe média brasileira, e cujo funcionamento é pautado pela autogestão operária com partilha de lucros entre os funcionários. De modo geral, as peças tinham formas simples e a junção de materiais como ferro e madeira.

Estante MF 710, década de 1950

John Graz (1891-1980)
Considerado o grande pioneiro da decoração no Brasil, o suíço chegou no país em 1920. Graças à sua formação multidisciplinar, como artista plástico e designer, tornou-se um dos mais solicitados profissionais de sua geração sendo responsável por diversos projetos de interiores para residências da elite paulistana.

 Sofá John Graz, década de 1950

Joaquim Tenreiro (1906-1992)
Vindo de Portugal, chegou ao Brasil em 1928 e logo começou a fazer história: enquanto o país copiava o estilo europeu, o designer, escultor, marceneiro e pintor ousou produzir peças com uma linguagem mais nossa e ganhou o título de pai do móvel moderno brasileiro.


Biombo feito para o Jockey Club do Rio de Janeiro, década de 1960

Jorge Zalszupin (1922-2020)
Arquiteto polonês naturalizado brasileiro, foi um dos fundadores do design moderno nacional ao trazer, nas décadas de 1950 e 1960, propostas e desenhos inovadores. Em 1959, fundou L’Atelier, fábrica pioneira na criação de móveis em série do país.

Sofá Presidencial, 1959

Giuseppe Scapinelli (1891-1982)
Nascido em Modena, Itália, o arquiteto e designer escolheu o Brasil como sua segunda pátria quando para cá se mudou na década de 1950. Se comparado aos seus contemporâneos, ele soava mais conservador. Enquanto a maior parte dos designers investia em estruturas geométricas, o seu estilo era facilmente reconhecido pela presença de curvas suaves, com os chamados “pés-palito” que visavam dar ao móvel uma maior leveza.

Buffet, década de 1950

Jean Gillon (1919-2007)
Nascido na Romênia, o designer e arquiteto desembarcou no Brasil em 1956 já com um portfólio robusto. Suas peças eram produzidas principalmente em jacarandá, uma madeira brasileira que o encantou. Criou, além de móveis, tapeçarias e esculturas, colocando seu nome na história da decoração e do design mobiliário brasileiro.

Cadeira Italma, década de 1960

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