Revista Poder

Os gostos e as escolhas da chef Janaína Rueda

Cozinheira autodidata, criada na Mooca, ela comanda os premiados Bar da Dona Onça e A Casa do Porco, ao lado do marido, Jefferson Rueda. No ano passado, venceu o American Express Icon Award, concedido pelo Latin America’s 50 Best Restaurants, um dos mais prestigiados prêmios da gastronomia mundial. E isso é só o começo

Janaína Rueda || Crédito: Divulgação

Por Fernanda Grilo

RECEITA QUE MARCOU SUA VIDA: Os cozidos da minha avó e da minha madrinha. Ambas eram espanholas, e esses cozidos me deram a base para a minha cozinha de arrozes caldosos, guisados, além de marcar muito da minha personalidade.

MOMENTO DE MAU HUMOR: Ler fake news e saber que são fake news. Mentiras e inveja me tiram do sério e baixam a minha energia.

O QUE NUNCA FALTA NA SUA CASA: Amor e vontade de acertar.

PRIMEIRA COISA QUE FAZ QUANDO CHEGA AO TRABALHO: Falo “bom dia” a todos.

FRASE PREFERIDA: “Quem não luta está morto”, frase linda da Carmen Silva, líder do MSTC [Movimento dos Sem-Teto do Centro] e da Ocupação 9 de Julho.

O QUE FALTA REALIZAR: Um refeitório de cozinha coletiva, no centro de São Paulo, na tentativa de ajudar tantas ONGs na diminuição da vulnerabilidade dos moradores de rua da região.

MANIA: Um fuxico que tenho desde infância e carrego até nas viagens.

QUALIDADE: Esquecer as coisas ruins que me fizeram. Sou zero rancorosa, zero invejosa. Zero!

DEFEITO: Ser intolerante com os intolerantes.

PEÇA DE ROUPA: Vestido com estampa de onça.

SER BEM-SUCEDIDO É: Ter tempo para aproveitar os curtos momentos que a vida nos proporciona, como tomar uma simples e maravilhosa sopa em família com paz no coração.

MEDO: De adoecer antes dos 80 anos.

COM O QUE SE PREOCUPA: Em deixar uma história bonita, um legado para minhas próximas gerações, e em contribuir para um mundo melhor.

COMO SOBREVIVER À PANDEMIA? Estamos passando pelo pior momento dos últimos 100 anos, uma guerra invisível, silenciosa, dolorosa e que ainda não acabou. Rezemos e torcemos para que tenhamos saúde para sobreviver.

O QUE FARIA SE FICASSE INVISÍVEL POR UM MINUTO: Tentaria voar o mais alto possível.

O FIM DO MUNDO ESTÁ PERTO? O mundo nunca vai acabar, nós é que morremos e acabamos. O mundo só sobrevive porque morremos.

ONDE E QUANDO É MAIS FELIZ: Com meus dois filhos e meu marido no Sítio Rueda [em São José do Rio Pardo, interior de São Paulo], criando, plantando, colhendo, produzindo e cozinhando.

ESTAR ENTRE OS MELHORES RESTAURANTES DO MUNDO É… Ser reconhecida. Dá ânimo de ser porta-voz do que acredito. A Casa do Porco é mais do que um restaurante, é um conceito, uma forma de viver a cozinha brasileira.

PESSOA QUE TE INSPIRA: Luiza Helena Trajano.

PECADO GASTRONÔMICO: Leite condensado.

DESEJO PARA O FUTURO… Conseguir romper as barreiras das desigualdades.

MELHOR HORA DO DIA: Seis da tarde. Amo o pôr do sol, melhor hora da vida.

COZINHEIRO QUE TODO MUNDO DEVE CONHECER: Jefferson Rueda.

NÃO PODE FALTAR NO CAFÉ DA MANHÃ: Ovos, café e frutas orgânicas do nosso sítio e de pequenos produtores dos arredores.

LUGAR PREFERIDO NO MUNDO: Brasil, o melhor lugar do mundo disparado.

LIVRO: Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto.

MELHOR FILME: Bicho de Sete Cabeças, de Laís Bodanzky.

ÍDOLOS: Dona Carmen Silva, do MSTC [Movimento dos SemTeto do Centro] e da Ocupação 9 de Julho, e Rodrigo Lombardi, nosso grande atorasileiro.

SONHO DE INFÂNCIA: Ser delegada.

VÍCIO: Beber uma dose de uísque para dormir.

Sair da versão mobile