Revista Poder

ELE É FOGO

Dono de três casas e estrela de dois programas de televisão, Henrique Fogaça diz que adoraria ter mais tempo para cozinhar. Antigourmet assumido, ele diz que o negócio é valorizar o alimento – e não ficar preocupado em usar ingredientes caros

Por Fernanda Grilo e Raul Duarte
Fotos Maurício Nahas

O chef Henrique Fogaça tinha acabado de almoçar um de seus pratos prediletos: arroz, frango e ovo. “Eu gosto é de comer, como de tudo. Sou simples.” Antigourmet assumido, uma de suas bandeiras é popularizar o jeito ‘masterchef ’ de cozinhar, no sentido de valorizar o alimento e não simplesmente ficar preocupado em colocar um queijo caro na receita, por exemplo. “Comida tem tudo a ver com qualidade de vida”, crava Fogaça no melhor estilo papo reto, zero banho-maria. Aos 42 anos, esse paulista de Piracicaba, que foi criado em Ribeirão Preto, fala com a propriedade de quem aprendeu a cozinhar para fazer refeições minimamente decentes no meio da correria diária. “Trabalhava num banco, ia para a faculdade à noite e me alimentava muito mal. Aí, comecei a preparar minhas próprias marmitas com as receitas da minha avó. Peguei gosto pelo fogão e não parei mais”, conta, sobre seus primórdios em São Paulo, para onde se mudou quando tinha 22 anos.

Costume Hugo Boss, camisa Ralph Lauren, gravata Ricardo Almeida, relógio Breitling

Do começo da carreira, quando vendia sanduíches na Rua Augusta (ele e o cunhado eram sócios) às três casas que tem atualmente ¬— o Sal Gastronomia, o Cão Véio e o Admiral´s Place, todas em São Paulo — e participar de dois programas na televisão, foram mais de dez anos. “Não imaginava essa projeção toda. Às vezes, dá até saudade do trampo pesado, do fogão mesmo. Cozinhar é trabalho para quem ama e é disso que a gente gosta”. Este ano, Fogaça tem planos de levar as panelas para Miami e abrir um restaurante com o mesmo conceito do Sal, seu carro-chefe, que começou com um pequeno café em 2005 e hoje “oferece uma experiência gastronômica completa, usando uma mistura de cores e de sabores sem esquecer o lema: ‘na cozinha, menos é mais’ – como consta no site do próprio Fogaça. O chef, aliás, está muito animado com a nova empreitada: “Vai ser bom porque vou poder sentar e pensar em novos pratos, novos conceitos”.

Mas, a cozinha não é sua única paixão. Mesmo com a agenda super lotada, Fogaça não abre mão da Oitão, banda de hardcore da qual é vocalista. “Sou cozinheiro, mas também roqueiro, motociclista e skatista”. Coisas que reforçam sua aparência de ‘bad boy’, assim como as tatuagens. “Tenho uma para cada evento importante da minha vida”, conta, dizendo que já perdeu a conta de quantas são. E a imagem de ogro se derrete totalmente quando ele fala sobre os três filhos. “Tento dar prioridade para eles. É difícil, mas a gente tem que dosar”.

Costume Hugo Boss, camisa Ralph Lauren, gravata Ricardo Almeida, relógio Breitling

 

Styling Cuca Ellias e Lili Garcia
Beleza: Bruno Miranda
Assistentes de fotografia: Caio Toledo e Charles Willy

Sair da versão mobile