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Empréstimo com FGTS atrai trabalhadores e já movimenta mais de R$8 bilhões

Empréstimo com FGTS atrai trabalhadores e já movimenta mais de R$8 bilhões

Foto: Reprodução/Freepik

Crédito com desconto direto no salário está movimentando o mercado financeiro e ganhando espaço entre os trabalhadores com carteira assinada. Desde o fim de março, a nova modalidade de empréstimo consignado com garantia do FGTS já movimentou R$ 8,9 bilhões, segundo o Ministério do Trabalho.

Modalidade em expansão

Mesmo ainda em fase de adaptação, o produto financeiro atraiu milhões de brasileiros do setor privado. A expectativa do governo é que os bancos ampliem a oferta da linha a partir do dia 25 de abril, quando a contratação ficará disponível também pelos canais eletrônicos das instituições financeiras.

Os primeiros números já animam os representantes do setor. Embora ainda distantes dos R$ 100 bilhões estimados para os primeiros três meses, os valores atuais indicam que a adesão tende a crescer com o tempo.

Como funciona o crédito

O novo consignado permite que o trabalhador use até 10% do saldo do FGTS e 100% da multa rescisória como garantia. Isso reduz os riscos para os bancos e, em teoria, deve gerar juros mais baixos para o tomador. As parcelas são descontadas diretamente na folha de pagamento, o que simplifica o processo e garante maior segurança.

A contratação já está disponível por meio do aplicativo da Carteira de Trabalho Digital, mas poderá ser feita diretamente com os bancos nos próximos dias.

Migração de dívidas antigas

Uma das grandes promessas da nova linha é permitir a troca de empréstimos caros, como o crédito direto ao consumidor (CDC), por dívidas mais baratas. De acordo com o governo, os bancos preveem a migração de até R$ 85 bilhões em contratos antigos para o novo modelo.

Essa possibilidade interessa, principalmente, quem sofre com altos juros no cheque especial, cartão de crédito ou CDC. A troca deve ser solicitada pelo aplicativo da Carteira de Trabalho ou nos canais de atendimento do banco.

Expectativa do setor bancário

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) reconhece que os primeiros dias da nova linha seriam mais lentos, devido à complexidade operacional e à necessidade de adaptação das empresas. Mesmo assim, a entidade acredita que a modalidade tem potencial para crescer rapidamente nas próximas semanas.

“Estamos falando de um produto novo, que exige atualização de sistemas e entendimento por parte de milhões de trabalhadores. Mas acreditamos que a plataforma vai funcionar plenamente em breve”, informou a entidade.

Regulamentação pendente

Apesar da empolgação inicial, ainda falta a regulamentação final do uso do FGTS como garantia. O tema será votado no Conselho Curador do FGTS até 15 de junho, mas o governo trabalha para antecipar essa data.

Segundo o Ministério do Trabalho, os contratos firmados até lá continuarão válidos, e o risco de inadimplência por demissão precoce é mínimo, já que o intervalo entre a contratação e a regulamentação é curto.

Taxa de juros segue indefinida

Embora o Banco Central tenha informado uma alta na taxa média do consignado ao setor privado, ainda não há dados oficiais sobre os juros cobrados especificamente na nova modalidade com FGTS. O governo diz que a taxa depende da análise de risco individual feita pelos bancos, considerando tempo de trabalho e histórico financeiro.

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