Revista Poder

Trump e negociadores japoneses se reúnem para discutir tarifas, câmbio e cooperação energética

Governo Trump declara emergência e impõe novas tarifas a Canadá, México e China

Donald Trump | Imagem: Reprodução / X @France24_fr

O Japão iniciou nesta quarta-feira (16) uma rodada estratégica de negociações com os Estados Unidos em Washington. A delegação japonesa pretende conter os impactos das tarifas comerciais impostas pelo governo norte-americano, sem ceder em pontos considerados essenciais para a economia japonesa.

Investimentos como argumento

No centro das discussões estão as exportações de automóveis, um dos principais motores da balança comercial japonesa. Embora as tarifas de 25% sobre carros tenham sido suspensas por 90 dias, o temor de uma retomada pesa sobre a equipe de Tóquio.

Para tentar suavizar o cenário, o Japão propôs novos investimentos em território americano. A delegação também mencionou a possibilidade de participação em um projeto bilionário de gás natural no Alasca. A ideia é mostrar que o fortalecimento da cooperação econômica pode ser mais vantajoso do que o confronto tarifário.

Câmbio e energia dividem opiniões

Apesar da tentativa japonesa de manter o foco nas tarifas, os Estados Unidos insistem em incluir na pauta o tema cambial. Para o governo Trump, a desvalorização proposital de moedas por parceiros comerciais representa uma prática desleal. Já o Japão defende que o Banco Central japonês atua com total independência e que a questão cambial deve ficar fora do acordo.

Outro ponto de possível consenso envolve projetos de energia. Washington vê com bons olhos a entrada de capital japonês em infraestrutura energética, especialmente em áreas estratégicas como o Alasca. Isso pode abrir espaço para avanços paralelos às discussões tarifárias.

Posições firmes de ambos os lados

O presidente Donald Trump declarou que participará pessoalmente do encontro, aumentando a expectativa de uma negociação mais política do que técnica. Por sua vez, o primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, afirmou que não há pressa para fechar acordos e que nenhuma concessão significativa será feita nesta fase.

Segundo o principal negociador japonês, Ryosei Akazawa, o objetivo é estabelecer um canal direto com os EUA, mas sem permitir que o Japão seja forçado a aceitar condições desfavoráveis. Ele enfatizou a importância de manter uma relação equilibrada entre as duas potências econômicas.

Enquanto o Japão tenta agir com diplomacia e pragmatismo, os Estados Unidos ampliam sua ofensiva tarifária. Outros países asiáticos aguardam o desfecho da reunião para entender qual será a linha de atuação de Trump. Na semana anterior, Washington já havia iniciado conversas com o Vietnã e agendado encontros com a Coreia do Sul e a Itália.

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