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Alta no preço do café deve seguir até 2026

Alta no preço do café deve seguir até 2026

Foto: Reprodução

O preço do café não dá sinais de recuo e deve seguir em alta até 2026, segundo previsões de entidades do setor. Mesmo com o crescimento da produção de algumas variedades, a oferta total será menor do que no ciclo anterior, o que pressiona ainda mais o valor da bebida no mercado.

Queda no arábica e crescimento no robusta

A safra brasileira de 2025/2026 traz um cenário misto. De um lado, a produção do café arábica, conhecido por sua qualidade superior, deve cair cerca de 13%. Por outro, o café robusta, mais usado em blends e solúveis, vai crescer 18%.

Apesar do avanço do robusta, a produção total continuará inferior à de 2024. Como consequência, os preços para o consumidor final seguem em elevação. Especialistas alertam que o custo da bebida pode continuar subindo até o fim de 2025, com possibilidade de estabilização apenas em 2026.

Alta nas prateleiras e nos dados oficiais

Nos supermercados, o impacto já é sentido. Apenas entre fevereiro e março deste ano, o café moído subiu 8%, segundo o IBGE. No acumulado de 12 meses, o aumento chega a impressionantes 77,78%. Em 2025, só nos primeiros meses, a alta já bateu 30%.

Ainda assim, segundo analistas, o reajuste ao consumidor ainda não reflete totalmente o que a indústria tem enfrentado. Muitas redes seguram os preços para tentar manter os clientes fiéis.

Clima, dólar e especulação complicam o cenário

Além da produção, fatores como o dólar valorizado, a instabilidade climática e a especulação nos mercados também elevam o custo do café. Eventos extremos, como geadas, secas prolongadas e chuvas intensas, vêm afetando as lavouras no Brasil e no Vietnã, os dois maiores exportadores do grão.

Nas bolsas de valores, o café é tratado como commodity estratégica, o que o torna alvo constante de investidores. Isso amplifica as oscilações de preço, independentemente da oferta e da demanda reais.

Minas Gerais segue como líder nacional

Mesmo em um momento de produção mais baixa, Minas Gerais mantém a liderança como o maior produtor de café do Brasil. O estado responde por grande parte do arábica nacional, e as condições no Sul de Minas influenciam diretamente nos preços do mercado interno.

A estimativa do IBGE aponta que o país deve produzir cerca de 3,2 milhões de toneladas de café em 2025. Esse volume, embora significativo, ainda é insuficiente para conter a tendência de alta nos preços.

Segundo o Cecafé, apenas uma combinação entre colheita bem-sucedida, clima favorável e mercado externo estável pode mudar esse cenário. Mesmo assim, os efeitos positivos só devem começar a ser sentidos a partir do fim de 2025.

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