A guerra comercial entre Estados Unidos e China entrou em uma fase ainda mais tensa nesta semana. O ex-presidente Donald Trump, novamente em campanha, anunciou um aumento drástico das tarifas sobre produtos chineses, elevando-as de 104% para 125%. A China reagiu de imediato, chamando a decisão de provocativa e prometendo medidas firmes em resposta.
Trump acende o estopim com tarifa recorde
Na madrugada desta quarta-feira (9), Trump publicou em sua rede social uma mensagem afirmando que as novas tarifas têm efeito imediato. Segundo ele, a China vem desrespeitando as regras do comércio global e, por isso, precisa enfrentar consequências mais duras.
“Estamos ajustando o jogo. A era da exploração acabou”, escreveu o ex-presidente, se referindo à relação comercial entre os dois países.
Resposta chinesa vem com tom duro
Horas depois, o Ministério do Comércio da China convocou a imprensa e criticou duramente as ações americanas. Um porta-voz classificou as tarifas como uma forma de intimidação econômica e afirmou que os Estados Unidos estão isolados na sua postura.
“As ações dos EUA não têm respaldo popular e acabarão em fracasso”, disse o representante do governo chinês. Ele acrescentou que a China não aceitará pressão externa e vai proteger sua soberania a qualquer custo.
Tarifa cruzada e ameaça de prolongamento
Como forma de retaliação, a China iniciou a aplicação de tarifas de 84% sobre produtos norte-americanos, também com início imediato. O anúncio reforça a intenção do país asiático de resistir à ofensiva americana com medidas equivalentes ou até mais amplas.
Segundo o Ministério das Finanças da China, o objetivo é proteger os interesses econômicos internos e garantir a estabilidade das cadeias globais de fornecimento.
Impacto direto nos mercados globais
O clima de confronto afetou imediatamente os mercados financeiros. Nos Estados Unidos, os índices de ações tiveram fortes oscilações. No entanto, a promessa de uma “pausa tarifária” de Trump com outros países acalmou parte do mercado. O índice Nasdaq, por exemplo, teve sua maior alta diária desde 2001, com avanço de mais de 12%.
Na Ásia, as bolsas também reagiram com volatilidade, mas terminaram o dia no campo positivo. No Brasil, o dólar caiu após dias de alta e o Ibovespa registrou valorização significativa.
Analistas veem escalada perigosa
Especialistas em comércio internacional alertam para os riscos de um prolongamento dessa disputa. Uma escalada tarifária pode afetar cadeias produtivas, encarecer produtos e frear o crescimento econômico global.
“O aumento de tarifas pode ser usado como ferramenta de negociação, mas também gera instabilidade e afasta investimentos”, afirma Liu Zhen, pesquisador da Universidade de Pequim.