A Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou, nesta quinta-feira (13), um relatório alarmante sobre a situação de saúde em Gaza, classificando os ataques sistemáticos a serviços de saúde sexual e reprodutiva como atos de genocídio. De acordo com a comissão de investigação da ONU, as autoridades israelenses destruíram deliberadamente a capacidade dos palestinos de ter filhos ao atacar diretamente instalações de saúde reprodutiva, incluindo maternidades e clínicas de fertilização in vitro.
O relatório detalha como esses ataques afetam todos os aspectos da reprodução e resultam em um sofrimento físico e psicológico imediato para as mulheres e meninas palestinas. A presidenta da comissão, Navi Pillay, destacou que as ações israelenses causam efeitos irreversíveis na saúde mental das pessoas afetadas e prejudicam a capacidade dos palestinos de se reproduzirem como grupo. A destruição da principal clínica de fertilização in vitro de Gaza, a Al-Basma, foi um dos pontos centrais da denúncia. Milhares de embriões foram perdidos nesse ataque, configurando uma ação que a comissão classifica como uma tentativa de impedir o nascimento de palestinos.
Além disso, a comissão aponta que o bloqueio deliberado de ajuda humanitária e a negação de cuidados médicos essenciais, como o acesso a tratamentos de gravidez e parto, geraram complicações fatais para mulheres e meninas, configurando crimes contra a humanidade.
O governo israelense reagiu à denúncia, rejeitando categoricamente as alegações e acusando a comissão de manipulação política. A embaixada israelense em Genebra afirmou que a comissão está usando informações não verificadas para promover uma agenda tendenciosa. Contudo, as evidências apresentadas pela ONU indicam uma violação em massa dos direitos humanos e uma tentativa explícita de destruição física e psicológica da população palestina.
A investigação também considera os ataques a instalações de saúde como parte de uma estratégia calculada para destruir a capacidade de vida no território ocupado. Os efeitos a longo prazo da destruição das instalações de saúde em Gaza podem ser devastadores, não apenas para as vítimas imediatas, mas para a sobrevivência do grupo palestino como um todo.
O bloqueio à ajuda humanitária e as condições de vida impostas pelas forças israelenses são acusadas de serem parte de uma estratégia de genocídio, que afeta especialmente as mulheres e crianças. A ONU alerta que essas práticas violações dos direitos humanos podem ter um impacto duradouro na saúde reprodutiva e na estrutura social de Gaza.