
O governo federal lançou um novo programa de crédito consignado voltado para trabalhadores com carteira assinada, permitindo o acesso a empréstimos com juros reduzidos e desconto direto na folha de pagamento. A iniciativa pode beneficiar até 39 milhões de pessoas e movimentar cerca de R$ 120 bilhões na economia.
Juros menores e mais segurança para o trabalhador
Até agora, o crédito consignado estava disponível apenas para servidores públicos, aposentados e pensionistas do INSS. Com a nova medida, trabalhadores da iniciativa privada também poderão contratar empréstimos com taxas de juros mais baixas, variando entre 2,5% e 3% ao mês. Atualmente, outras linhas de crédito disponíveis para CLT podem ultrapassar os 6% mensais, tornando a opção mais cara.
A principal vantagem desse modelo é a segurança do pagamento, já que as parcelas são descontadas diretamente do salário. Isso reduz o risco para os bancos, o que permite a oferta de condições mais vantajosas para os trabalhadores.
Uso do FGTS como garantia em caso de demissão
Para evitar riscos de inadimplência, a nova modalidade prevê que, em caso de demissão, o trabalhador poderá usar parte do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) como garantia do pagamento. As regras estabelecem que 10% do saldo disponível no fundo e os 40% da multa rescisória poderão ser usados para cobrir o saldo devedor. No entanto, os bancos terão liberdade para negociar essa condição com seus clientes.
Contratação simplificada e análise de crédito personalizada
Os empréstimos estarão disponíveis por meio de uma plataforma específica do governo, além de aplicativos bancários, internet banking e atendimento presencial. Para facilitar a escolha, será criado um mecanismo de comparação de taxas entre diferentes instituições financeiras.
A análise de crédito levará em conta não apenas o histórico do trabalhador, mas também o porte e a estabilidade da empresa onde ele trabalha. Além disso, os dados serão cruzados com birôs de crédito para garantir uma avaliação mais precisa e reduzir os riscos de endividamento excessivo.
Migração de dívidas e refinanciamento facilitado
Trabalhadores que já possuem empréstimos em outras modalidades poderão migrar para o novo consignado, desde que o comprometimento da renda não ultrapasse 35% do salário. A transição será permitida por um prazo de 90 dias e funcionará como um refinanciamento, permitindo a substituição de uma dívida mais cara por uma com taxas reduzidas.
Especialistas avaliam que a ampliação do crédito consignado pode trazer impactos positivos tanto para a economia quanto para os trabalhadores. Com juros mais baixos e maior segurança financeira, a medida pode ajudar a reduzir o endividamento e melhorar o poder de compra de milhões de brasileiros.