Revista Poder

Brasil se blinda contra tarifas dos EUA e minimiza prejuízos

DONALD TRUMP

Foto: Andrea Hanks / Casa Branca

As novas tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre aço e alumínio entraram em vigor, mas especialistas apontam que o impacto na economia brasileira será limitado. A dependência do Brasil em relação às exportações desses produtos é reduzida, o que minimiza os danos.

Setor monitora efeitos das novas tarifas

Os produtores brasileiros de aço representam cerca de 15% das importações norte-americanas do setor, enquanto o Canadá lidera com 24%. No entanto, o Bank of America aponta que o Brasil tem uma exposição menor devido ao forte mercado interno e ao baixo grau de abertura comercial.

A agência Moody’s também projeta que o impacto será restrito. A organização destaca que as exportações de produtos siderúrgicos representam menos de 5% do total enviado aos EUA, o que reduz a dependência do mercado americano.

Governo brasileiro busca solução diplomática

Diante da imposição das novas taxas, o governo brasileiro tem adotado uma abordagem diplomática. O vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou que já iniciou negociações com representantes dos EUA para discutir alternativas que minimizem os prejuízos ao setor.

Fontes indicam que o Itamaraty e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços estão analisando a possibilidade de flexibilizar algumas taxações sobre produtos norte-americanos, como forma de barganha nas negociações.

Medidas de retaliação estão sob avaliação

Se as negociações não avançarem, o governo Lula estuda formas de retaliação. Uma das alternativas cogitadas é a redução da alíquota de importação do etanol, o que poderia impactar diretamente os produtores norte-americanos desse setor.

Outra medida em discussão é a possível aplicação de tarifas sobre produtos dos EUA, caso as barreiras ao aço brasileiro não sejam revistas. Entretanto, especialistas apontam que o Brasil deve priorizar o diálogo para evitar tensões comerciais desnecessárias.

Consequências a longo prazo

O principal risco para a economia brasileira, segundo analistas, não está nas tarifas sobre o aço e o alumínio, mas no impacto indireto de uma possível desaceleração da economia global. Como o Brasil é um dos grandes exportadores de commodities, qualquer redução na demanda internacional pode afetar outros setores da economia.

Apesar das incertezas, a avaliação geral é de que o Brasil está menos vulnerável do que outros países, como México e Canadá, que têm uma dependência maior do mercado americano.

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