A economia do Japão cresceu no quarto trimestre, mas em um ritmo menor do que o inicialmente projetado. O país registrou uma expansão anualizada de 2,2%, abaixo da previsão de 2,8% divulgada anteriormente. A desaceleração reflete a fraqueza no consumo, que sofreu o impacto de preços elevados e incertezas no cenário global.
Consumo fraco limita crescimento
Os dados revisados do Produto Interno Bruto (PIB) indicam um crescimento trimestral de 0,6%, ajustado pela inflação, levemente abaixo da estimativa de 0,7% divulgada em fevereiro. Esse desempenho reflete um enfraquecimento no gasto das famílias, que caiu mais do que o esperado.
Especialistas apontam que a alta dos custos de vida tem reduzido o apetite do consumidor. Isso pode representar um desafio para a recuperação da economia japonesa, que depende do mercado interno para sustentar seu crescimento.
Banco do Japão mantém planos para os juros
Apesar do crescimento abaixo das expectativas, o Banco do Japão (BoJ) não deve abandonar sua estratégia de elevar a taxa de juros gradualmente. Em janeiro, a instituição já havia promovido um aumento, levando a taxa ao nível mais alto em 17 anos.
Segundo analistas, os números do PIB não são suficientes para mudar a percepção do mercado sobre os próximos passos do BoJ. O banco central avalia o cenário com cautela, buscando um equilíbrio entre o controle da inflação e a necessidade de manter a economia aquecida.
Além das dificuldades domésticas, a economia japonesa enfrenta riscos externos. As políticas tarifárias dos Estados Unidos, sob o governo de Donald Trump, preocupam os setores produtivos. Um endurecimento nas regras comerciais pode afetar exportações e desacelerar ainda mais o crescimento.