O governo de Luiz Inácio Lula da Silva anunciou, nesta quinta-feira (7), um conjunto de medidas fiscais para combater a alta dos preços dos alimentos e tentar reverter a crescente desaprovação do seu governo. A decisão de agir veio após uma longa espera, já que o presidente havia mencionado a necessidade de ações desde o início do ano, mas só agora, em março, as medidas começaram a ser implementadas.
Entre as principais ações, o governo zerou a alíquota de importação de nove alimentos essenciais, como carne, açúcar, café, azeite, milho, biscoitos e massas. O vice-presidente Geraldo Alckmin foi o responsável por anunciar a medida, que visa controlar a alta nos custos desses produtos e aliviar a pressão no bolso dos brasileiros.
Embora alguns especialistas apontem que o impacto dessas medidas pode não ser tão significativo a curto prazo, o governo argumenta que é necessário mostrar que está tomando ações concretas. Além disso, o governo também planeja subsidiar produtores rurais de médios porte nas culturas que compõem a cesta básica, além de reformular a política de estoque regulatório e pedir aos Estados que adotem uma política de isenção de impostos sobre esses itens, tal como já faz o governo federal.
As medidas visam não só combater a alta dos preços, que tem sido o principal fator de desgaste do governo, mas também reverter a tendência de queda na aprovação presidencial. Até o ano passado, a aprovação de Lula estava superior à desaprovação, mas, em 2023, as curvas se inverteram, com a desaprovação superando a aprovação.
A demora no anúncio das medidas gerou críticas, mas o governo parece determinado a atacar o problema no ponto mais sensível: a alta de preços. A isenção de impostos sobre o milho, por exemplo, pode ajudar a reduzir os custos de ração para as granjas no Brasil, oferecendo um alívio imediato para o setor. No entanto, produtos como carne e café, que têm preços elevados em outros países, podem não ser tão afetados, a menos que haja um aumento na oferta desses itens internamente.