Por Agenor Duque
Pouco antes do Carnaval, a Bahia já registra 1.826 casos confirmados de Covid-19 e 12 mortes relacionadas à doença, conforme dados da Secretaria Estadual de Saúde (Sesab). E, embora esses números representem uma redução de 78% nos casos e 79% nos óbitos em comparação ao mesmo período de 2024, a decisão do governo baiano de manter os festejos carnavalescos coloca em dúvida a importância dada à saúde pública pelo estado. Investir milhões de reais em uma celebração que historicamente promove aglomerações para aumentar o contágio de doenças e também comportamentos que contrariam valores morais e espirituais, é, além de irresponsável e deplorável, um ato criminoso.
O Carnaval, especialmente em Salvador, atrai anualmente cerca de um milhão de turistas, conforme estimativas do governo estadual. Então, nos resta perguntar: qual é o custo real dessa festividade? Não apenas em termos do potencial aumento nos casos de Covid-19, mas também considerando a promoção de práticas contrárias aos fundamentos éticos e espirituais da grande maioria da população brasileira, que é cristã, seja católica ou evangélica. A insistência em realizar o evento, mesmo com a ameaça persistente do vírus, demonstra uma desconexão entre os governantes e as reais necessidades da população.
Enquanto isso, outras cidades brasileiras enfrentam desafios parecidos. Em Manaus, por exemplo, a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas reportou 85 mortes por vírus respiratórios entre janeiro de 2024 e janeiro de 2025, além de 4.413 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Apesar desses números preocupantes, as festividades carnavalescas continuam sendo incentivadas, ignorando os riscos associados às aglomerações. Recife, Olinda e Jaboatão dos Guararapes, em Pernambuco, também registraram aumentos significativos nos casos de Covid-19, com 3.921 casos leves e 42 de SRAG notificados entre dezembro de 2024 e fevereiro de 2025. Mesmo assim, as prefeituras locais mantêm a programação do Carnaval, priorizando a festa em detrimento da saúde e segurança dos seus cidadãos.
Na contramão de tudo o que foi mencionado, a prefeitura de Araguaína, no Tocantins, tomou uma decisão exemplar ao cancelar os investimentos no Carnaval e redirecionar R$ 1,2 milhão para a área da saúde. O prefeito Wagner Rodrigues destacou o aumento de casos de Covid-19 na cidade e a queda nos repasses do Fundo de Participação dos Municípios como fatores determinantes para essa escolha. Uma postura responsável que demonstra compromisso real com o bem-estar da população, colocando a saúde pública acima de interesses festivos. Por que outras administrações não seguem esse exemplo de gestão, prudência e respeito pela vida?
É realmente muito intrigante observar a incoerência da mídia progressista, bem como seus artistas e jornalistas militantes. Durante a pandemia, o então presidente Jair Bolsonaro foi amplamente criticado por defender a retomada das atividades econômicas e sociais, sendo acusado de negligência e desrespeito às medidas sanitárias. No entanto, quando se trata do Carnaval, a esquerda e a mídia se cala diante das evidentes contradições. Como eles poderiam justificar a promoção de um evento que inevitavelmente resultará em aglomerações e potencial aumento de casos de Covid-19 se eles mesmos propagaram o famoso “fique em casa” na época da pandemia e quase acabaram com o país? Essa postura ardilosa e seletiva revela uma agenda que privilegia determinados interesses culturais e ideológicos, mesmo que isso coloque em risco a saúde e a vida de milhares de brasileiros.
O Carnaval, além de ser um foco de disseminação de doenças, é frequentemente associado a comportamentos que contrariam princípios morais e espirituais. A insistência em sua realização, evidencia uma inversão de prioridades por parte das autoridades e da sociedade. E já está mais do que na hora que a hipocrisia dos políticos de esquerda e dessa mídia prostituída seja desmascarada e, que se reavalie o verdadeiro custo humano dessa festividade maligna que denigre e debocha do cristianismo considerando o impacto não apenas na saúde física, mas também nos valores e princípios que sustentam a nossa nação.