Revista Poder

Brasil tenta diálogo com EUA para evitar impacto de novas tarifas

O governo dos Estados Unidos anunciou um novo pacote de tarifas recíprocas, o que pode afetar diretamente as exportações brasileiras. A medida impõe cobranças equivalentes às taxas aplicadas por outros países sobre produtos americanos. Diante disso, a Amcham Brasil, que representa empresas que atuam entre os dois mercados, defendeu a necessidade de um diálogo construtivo para minimizar impactos econômicos.

Brasil paga menos imposto sobre importações americanas

Atualmente, a tarifa média de importação brasileira para o mundo é de 12,4%, enquanto os EUA aplicam uma média de 2,7% sobre produtos vindos do Brasil. Essa diferença ocorre porque grande parte das importações brasileiras dos EUA são isentas de impostos. Entre os produtos que entram sem tarifas estão aeronaves, peças, petróleo bruto e gás natural.

Além disso, mesmo quando há tributos, regimes especiais como drawback, ex-tarifário e Recof reduzem ou eliminam as cobranças. Segundo a Amcham Brasil, 48% das exportações americanas chegam ao Brasil sem tarifas, e 15% enfrentam alíquotas de no máximo 2%.

Decisão dos EUA pode afetar produtos brasileiros

Entre os setores mais afetados pelas novas medidas, destaca-se o etanol. Atualmente, os EUA aplicam apenas 2,5% de imposto sobre o produto brasileiro, enquanto o Brasil cobra 18% sobre o etanol americano. Em 2024, os EUA importaram mais de US$ 200 milhões em etanol do Brasil, mas venderam apenas US$ 52 milhões para o mercado brasileiro.

Outro setor estratégico é o aço. O Brasil foi o segundo maior fornecedor de aço para os EUA em 2024, atrás apenas do Canadá. Em 2023, 18% das exportações brasileiras de ferro fundido, ferro ou aço foram para o mercado americano.

Nos últimos anos, o governo brasileiro também adotou medidas protecionistas. Em 2023, a Câmara de Comércio Exterior (Camex) decidiu aumentar a tarifa de importação sobre o aço para 25%, mas com cotas de isenção para determinadas quantidades.

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