Plano do Brasil para o Brics pode mudar comércio global e incomoda os EUA

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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O governo brasileiro anunciou nesta quinta-feira (13) que pretende ampliar o uso de moedas locais nas transações comerciais entre os países do Brics. A iniciativa faz parte das prioridades do Brasil à frente do bloco, que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

A proposta defende a criação de um sistema de pagamentos mais acessível, transparente e seguro, reduzindo a dependência do dólar. Essa estratégia já vinha sendo defendida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outros líderes do bloco.

Reação dos Estados Unidos

A ideia de diminuir a influência do dólar no comércio internacional tem provocado fortes reações. O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticou a iniciativa e ameaçou impor tarifas adicionais sobre produtos dos países do Brics que adotarem a medida.

Desde o fim da Segunda Guerra Mundial, o dólar tem sido a principal referência para transações globais. No entanto, líderes do Brics argumentam que essa dependência deixa seus países vulneráveis à política monetária dos EUA.

Prioridades do Brasil no Brics

Além do fortalecimento do comércio, o Brasil definiu outros eixos estratégicos para sua presidência no bloco. Entre as principais prioridades estão:

  • Desenvolvimento de novos meios de pagamento para facilitar o comércio e os investimentos
  • Criação de regras globais para a Inteligência Artificial, garantindo um uso ético e acessível
  • Ampliação de investimentos para combater as mudanças climáticas
  • Estímulo à cooperação entre países emergentes, com foco em saúde pública
  • Fortalecimento da estrutura institucional do bloco

O governo brasileiro argumenta que o Brics tem um papel fundamental na construção de um sistema econômico mais justo e equilibrado, promovendo maior autonomia financeira para os países membros.

Impacto na economia global

A discussão sobre moedas locais no comércio internacional ganhou força nos últimos anos. O aumento da cooperação entre os membros do Brics pode impulsionar novas estratégias financeiras e ampliar o volume de transações sem a intermediação do dólar.

Especialistas apontam que, se adotada em larga escala, essa mudança pode ter um impacto significativo no sistema financeiro global. Alguns economistas acreditam que o fortalecimento do Brics pode incentivar outros países a seguirem o mesmo caminho, reduzindo ainda mais o domínio do dólar no comércio mundial.

Conferência do Clima e novas alianças

Além das questões econômicas, o Brasil também pretende usar sua presidência no Brics para ampliar o debate sobre a sustentabilidade. A COP 30, que será realizada em Belém, no Pará, contará com discussões envolvendo os países do bloco. O governo brasileiro quer aproveitar a cúpula para alinhar estratégias ambientais e fortalecer compromissos globais contra as mudanças climáticas.