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Mudanças na educação especial preocupam pais e podem afetar alunos

Mudanças na educação especial preocupam pais e podem afetar alunos

Escolas passam por transformações que podem impactar a inclusão e o suporte aos estudantes. | Imagem: Reprodução / Freepik

A educação especial no Brasil está passando por mudanças significativas, e os pais de crianças com deficiência precisam ficar atentos. As novas diretrizes, estabelecidas pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo governo de São Paulo, estão alterando a forma como escolas lidam com o atendimento especializado. Para muitas famílias, essas mudanças representam um desafio adicional na busca por um ensino verdadeiramente inclusivo.

Impacto das novas regras

Desde a homologação do Parecer nº 50/2023 pelo MEC, várias instituições de ensino vêm ajustando suas práticas para atender às novas determinações. As mudanças afetam, principalmente, estudantes com transtorno do espectro autista (TEA) e outras deficiências, exigindo adaptações tanto das escolas quanto das famílias.

Em janeiro, o governo de São Paulo também anunciou novas regras para o atendimento feito pelos Profissionais de Apoio Escolar para Atividades Escolares (PAE-AEs). Essas alterações geraram incertezas entre os pais, que temem a redução do suporte oferecido a seus filhos.

Famílias enfrentam desafios com novas gestões

A mudança nas regras não é o único desafio. Muitos pais também lidam com trocas de direção nas escolas, o que pode impactar diretamente a inclusão de estudantes com deficiência.

Foi o que aconteceu com a família de Hanna Lazarini Napolitano, de 6 anos, que tem síndrome de Down. Em 2020, seus pais escolheram uma escola infantil particular que demonstrava compromisso com a educação inclusiva. Entretanto, em 2023, com a venda da escola para um grupo educacional, a abordagem mudou completamente.

“Hanna deixou de ser uma prioridade e virou apenas um número. Tivemos que procurar uma nova instituição”, conta Adriana Lanzarini Sales, mãe da menina. Atualmente, a criança está matriculada em uma nova escola que acolheu sua condição sem restrições.

O que caracteriza uma escola inclusiva?

Para especialistas, a educação inclusiva vai muito além de garantir a matrícula de crianças com deficiência. Algumas características são essenciais para criar um ambiente adequado ao desenvolvimento desses alunos:

Segundo Marina Zylberstajn, coordenadora do Instituto Serendipidade, escolas inclusivas promovem a socialização, reduzindo o isolamento de crianças com deficiência. “A interação entre alunos diversos é fundamental para o desenvolvimento da autoestima e das habilidades interpessoais“, explica.

A importância do apoio especializado

De acordo com dados do Painel de Indicadores da Educação Especial, em 2023, mais de 1,6 milhão de crianças e adolescentes com deficiência estavam matriculados em escolas inclusivas no Brasil. O novo Censo Escolar indica que esse número continua crescendo, mas o suporte adequado é essencial para garantir a permanência desses estudantes no ensino regular.

Para Tatiana Radaic, mãe acolhedora do projeto Laços, o apoio educacional deve começar o mais cedo possível. “Se as crianças recebem estímulos adequados desde a educação infantil, sua trajetória escolar será muito mais estruturada”, afirma.

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