Revista Poder

Inflação acima da meta desafia Banco Central e mercado já prevê impacto em 2026

A inflação segue em trajetória de alta e preocupa economistas do mercado financeiro. De acordo com o relatório Focus, divulgado nesta segunda-feira (3) pelo Banco Central (BC), a projeção para 2025 subiu pela 16ª semana consecutiva, chegando a 5,51%. Para 2026, a expectativa também aumentou, passando de 4,22% para 4,28%.

As previsões foram feitas com base em uma pesquisa realizada com mais de 100 instituições financeiras na última semana. O cenário reforça a preocupação dos especialistas sobre a dificuldade de manter a inflação dentro da meta estipulada pelo governo.

Banco Central enfrenta desafio no controle da inflação

A partir de 2025, o sistema de meta contínua de inflação estabelece um objetivo de 3% ao ano, com margem de tolerância entre 1,5% e 4,5%. Com as novas projeções, a expectativa do mercado ultrapassa esse limite, o que pode forçar o Banco Central a adotar medidas mais rígidas para conter os preços.

Atualmente, a política monetária do BC se baseia no ajuste da taxa Selic, que influencia o consumo, os investimentos e a atividade econômica. O impacto das mudanças nos juros, no entanto, leva entre seis e 18 meses para ser percebido de forma completa na economia.

Se a inflação permanecer fora do intervalo de tolerância por seis meses consecutivos, o Banco Central será obrigado a enviar uma carta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, justificando o não cumprimento da meta.

Inflação elevada afeta o poder de compra da população

O aumento da inflação tem um impacto direto no custo de vida, especialmente para as famílias de renda mais baixa. Com os preços dos produtos e serviços em alta, o poder de compra diminui, tornando o consumo de itens essenciais mais difícil.

Os economistas alertam que a desvalorização do real, os extremos climáticos e o crescimento da atividade econômica foram alguns dos fatores que pressionaram os preços recentemente. A expectativa é que esses elementos continuem influenciando a trajetória da inflação nos próximos meses.

Taxa de juros segue estável, mas pode subir no futuro

Apesar do aumento nas projeções inflacionárias, o mercado financeiro manteve suas previsões para a taxa Selic. Atualmente em 13,25% ao ano, a expectativa para 2025 continua em 15%, enquanto a projeção para 2026 permaneceu em 12,50% ao ano.

O Banco Central já sinalizou que pode realizar novos ajustes na taxa de juros caso a inflação continue acima do esperado. A política de controle monetário visa evitar que o aumento dos preços se transforme em um problema ainda maior para a economia.

Crescimento econômico segue estável, mas com incertezas

Mesmo com a inflação pressionando os preços, a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2025 continua em 2,06%. Esse indicador mede o desempenho da economia e é essencial para avaliar a geração de empregos e o nível de investimentos no país.

Para 2026, a previsão de crescimento do PIB segue em 1,72%, o que demonstra um ritmo mais moderado para os próximos anos. Caso a inflação persista em alta, a tendência é que o crescimento da economia sofra impactos negativos, dificultando ainda mais o equilíbrio entre expansão econômica e controle de preços.

Expectativas para o câmbio e investimentos estrangeiros

Além da inflação e dos juros, o mercado financeiro também divulgou previsões para o dólar, a balança comercial e os investimentos estrangeiros.

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