O mercado financeiro iniciou a semana sob forte impacto após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar tarifas sobre importações da China, do Canadá e do México. A decisão provocou alta do dólar e queda nos índices acionários em diversas partes do mundo.
Dólar sobe e Ibovespa recua
Na abertura dos mercados, o dólar registrou valorização significativa frente a moedas emergentes, incluindo o real brasileiro. Pouco depois das 10h, a moeda norte-americana era negociada a R$ 5,88, com alta de 0,77%. A tendência de alta se deve às incertezas geradas pela nova postura protecionista dos Estados Unidos.
Enquanto isso, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), registrou queda de 0,41%, acompanhando o pessimismo global. A bolsa já havia encerrado a semana passada em baixa, refletindo o receio dos investidores em relação à escalada da disputa comercial.
Repercussão global
Os mercados internacionais também sentiram os impactos das decisões de Trump. As bolsas asiáticas fecharam em queda acentuada, com destaque para o Nikkei, no Japão, que despencou 2,66%. Na Europa, as principais bolsas também recuavam no meio do dia, sinalizando uma semana de forte volatilidade.
Impacto das tarifas
O novo pacote de tarifas impõe 10% sobre produtos chineses, 25% sobre importações mexicanas e canadenses, e 10% sobre o setor de energia do Canadá. Essas medidas fazem parte da estratégia de Trump para reduzir o déficit comercial dos EUA e conter a entrada de produtos estrangeiros.
Os governos do Canadá, do México e da China reagiram rapidamente. O Canadá anunciou que irá retaliar com tarifas de 25% sobre importações dos EUA. O México estuda novas barreiras comerciais para defender seus interesses. Já a China criticou a decisão e pretende recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC).
Medidas podem agravar a inflação
Especialistas alertam que a imposição dessas tarifas pode elevar a inflação nos Estados Unidos. Produtos mais caros impactam diretamente o consumidor e podem forçar o Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, a reconsiderar sua política monetária.
Se a inflação disparar, o Fed pode suspender cortes planejados nos juros ou até mesmo aumentá-los. Isso levaria investidores a buscar ativos norte-americanos, fortalecendo ainda mais o dólar e pressionando moedas emergentes, como o real.