Revista Poder

Governo Brasileiro pode reajustar preço do Diesel; entenda

O governo brasileiro se prepara para uma possível aprovação de um reajuste no preço do diesel já nesta quarta-feira, 29 de novembro, o que gera apreensão nas esferas governamentais devido ao seu impacto direto sobre a inflação e os custos dos alimentos.

Segundo informações divulgadas, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, comunicou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seus ministros na última segunda-feira, 27 de novembro, sobre a necessidade de aumentar o preço do diesel. O Conselho de Administração da Petrobras está programado para se reunir na quarta-feira, onde o reajuste poderá ser oficialmente aprovado.

Ainda em fase de cálculo, membros da estatal indicaram que o aumento no preço do diesel pode variar entre R$ 0,18 e R$ 0,24 por litro. Durante um encontro com Lula, Chambriard também avaliou que, neste momento, não há necessidade de ajuste nos preços da gasolina ou do gás de cozinha.

De acordo com uma fonte presente na reunião, o governo encarou a notícia do aumento do diesel com pragmatismo. No entanto, a elevação nos preços dos combustíveis é uma preocupação significativa, especialmente em um contexto onde o governo busca maneiras de reduzir os custos alimentares para a população brasileira.

A defasagem nos preços dos combustíveis é citada como um fator relevante por representantes do setor. A Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom) apontou que a defasagem no preço do óleo diesel chegou a 16% em relação ao mercado internacional na semana passada, correspondendo a mais de R$ 0,50 por litro. Para a gasolina, essa defasagem é menor, estimada em 7%.

Fontes governamentais destacam que, em 2024, a Petrobras conseguiu manter os preços estáveis mesmo diante da queda dos valores internacionais. Essa estratégia foi crucial para acumular reservas que poderiam amenizar as perdas atuais.

O governo detém uma maioria no conselho da Petrobras, uma empresa com capital misto que inclui acionistas privados. Qualquer decisão para segurar os preços dos combustíveis pode afetar não apenas a estatal mas também importadores que operam no Brasil.

Além disso, a partir do próximo sábado, 1º de dezembro, um novo fator deverá pressionar ainda mais os preços dos combustíveis: o aumento do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), conforme decidido pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz). O imposto sobre a gasolina aumentará em R$ 0,10, passando de R$ 1,37 para R$ 1,47 por litro; enquanto no diesel haverá um acréscimo de R$ 0,06, com o ICMS subindo de R$ 1,06 para R$ 1,12 por litro.

Por fim, outra questão econômica que deve preocupar o governo é a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central marcada para quarta-feira. Espera-se que seja anunciada uma nova elevação na taxa básica de juros, Selic. Essa ação visa controlar a inflação, um tema sensível que pode impactar negativamente o crescimento econômico do país.

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