Em 2024, a Polícia Federal registrou um aumento de 15% no fluxo de pessoas que passaram pelas fronteiras brasileiras, alcançando um recorde histórico de 31.482.323 entradas e saídas. Este número, o maior já registrado desde que a PF começou a monitorar o fluxo migratório em 2001, reflete não apenas o aumento nas movimentações, mas também o trabalho mais eficiente de controle nas fronteiras do país.
A maior parte desse movimento foi de brasileiros, com 17 milhões de movimentações, representando 54,2% do total. Entretanto, o destaque entre os estrangeiros fica para os argentinos, que responderam por uma parte significativa, com quase 4 milhões de entradas e saídas. Além disso, o fluxo de pessoas da América do Sul foi o maior, com cerca de 57,5% do total, enquanto os europeus e norte-americanos ficaram em segundo e terceiro lugares, respectivamente.
A maior parte das movimentações foi registrada nos aeroportos, com mais de 25 milhões de entradas e saídas. O aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, foi o mais movimentado, com 15 milhões de pessoas passando por lá. O Galeão, no Rio de Janeiro, e o aeroporto de Florianópolis também registraram números expressivos, com 4,8 milhões e 970 mil movimentações, respectivamente.
No que diz respeito ao fluxo terrestre, as fronteiras de Foz do Iguaçu (PR) e Uruguaiana (RS) se destacam, com 1,6 milhão e 862 mil entradas e saídas, respectivamente. A fronteira com o Paraguai, especialmente em Foz do Iguaçu, continua sendo a principal via de entrada e saída do país por via terrestre.
Curiosamente, os números também revelaram uma mudança no perfil dos migrantes. Quando se observa o tráfego de estrangeiros, as mulheres superaram os homens, representando a maior parte dos deslocamentos. Isso pode ser explicado por fatores sociais e econômicos, como a busca por melhores oportunidades de trabalho e condições de vida em solo brasileiro.
A Polícia Federal também atribui esse aumento ao aperfeiçoamento dos métodos de controle migratório. Novas ferramentas de cadastro e o aumento do número de servidores nas fronteiras ajudaram a reduzir as filas e acelerar o processo de entrada e saída de pessoas, proporcionando mais fluidez ao tráfego.
“Essas medidas tornaram o procedimento de controle migratório mais rápido e eficiente, o que favoreceu um maior número de movimentações e melhores condições de segurança“, afirmou a PF, destacando que, além de ser um recorde, este aumento reflete a mudança na forma como o Brasil interage com o fluxo migratório internacional.