Revista Poder

Reajuste do salário mínimo não acompanha alta dos preços

Crédito: CC/ Raw pixel

Mesmo com reajustes acima da inflação, o poder de compra do salário mínimo no Brasil não deve se recuperar aos níveis pré-pandemia até o final de 2026. Essa é a conclusão de um estudo recente da consultoria LCA 4intelligence, que analisou os fatores que influenciam essa estagnação.

Histórico do poder de compra

Desde outubro de 2020, o salário mínimo tem mantido um poder de compra equivalente a 1,7 cestas básicas, uma queda em relação à média de duas cestas entre 2010 e 2019. Esse recuo reflete os efeitos da desvalorização do real, o fortalecimento do dólar e a inflação crescente.

Impactos da pandemia e fatores econômicos

A pandemia de Covid-19 desencadeou uma série de crises econômicas globais, incluindo o aumento dos preços das commodities e a interrupção das cadeias de produção. Esses choques foram agravados por eventos como a guerra na Ucrânia, elevando ainda mais o custo de vida.

Segundo o economista Bruno Imaizumi, da LCA 4intelligence, o cenário econômico se deteriora mesmo com a recuperação do mercado de trabalho. “O poder de compra foi drasticamente reduzido devido a uma sequência de choques econômicos globais”, explica.

Reajuste do salário mínimo em 2025

O novo valor do salário mínimo, fixado em R$ 1.518 para 2025, reflete um reajuste de 7,5%, considerando a inflação de 2024 e o crescimento do PIB. No entanto, essa correção não será suficiente para melhorar significativamente o poder de compra dos brasileiros.

Perspectivas futuras

O estudo também projeta que o poder de compra do salário mínimo permanecerá abaixo do nível pré-pandemia até o final de 2026. Esse cenário é especialmente preocupante para as camadas mais pobres da população, que são as mais afetadas pelo aumento dos preços.

De acordo com Matheus Dias, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia, “a defasagem do poder de compra nos últimos dez anos é um dos principais fatores que afetam negativamente a qualidade de vida das pessoas”.

Sair da versão mobile