O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve publicar, nos próximos dias, um decreto para ajustar o valor do salário mínimo em 2025. O aumento, que gira em torno de 7,5%, levará o valor para R$ 1.518. No entanto, a implementação de uma nova fórmula de cálculo pode significar uma perda de R$ 10 mensais para milhões de brasileiros, como trabalhadores, aposentados e pensionistas.
Novo cálculo do salário mínimo
O salário mínimo será corrigido conforme uma fórmula que combina a inflação do ano anterior (medida pelo INPC) com o crescimento do PIB. Para 2025, a correção resultará em um aumento de R$ 106, levando o valor de R$ 1.412 para R$ 1.518. Contudo, uma limitação no crescimento do PIB, definida pela reforma fiscal aprovada pelo Congresso, impõe um teto de 2,5% para o aumento. Isso significa que, pela fórmula anterior, o salário mínimo deveria subir para R$ 1.528, mas o novo cálculo levará ao valor de R$ 1.518.
Esse ajuste, embora positivo para milhões de brasileiros, implica em uma perda de R$ 10 mensais em relação ao valor que seria alcançado com o cálculo anterior. Para os trabalhadores, aposentados e beneficiários de programas sociais como o Benefício de Prestação Continuada (BPC), essa diferença pode ter impacto direto nas finanças diárias.
O impacto econômico
De acordo com estimativas do governo, a nova fórmula permitirá uma economia de cerca de R$ 4 bilhões em 2025. No entanto, essa economia gerada pela diminuição do aumento real pode afetar o poder de compra de muitas famílias, especialmente as de baixa renda. O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) alerta que essa restrição ao aumento real do salário mínimo pode resultar em uma queda no consumo. Isso ocorre porque a renda das famílias, que é um dos principais motores da economia, sofrerá uma redução.
Além disso, cerca de 59,3 milhões de brasileiros dependem do salário mínimo, não apenas como trabalhadores formais, mas também como aposentados e beneficiários de programas sociais. Portanto, a nova fórmula de correção terá um impacto significativo na economia do país, especialmente nas compras de produtos essenciais.