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Brasil supera produção de aço, mas exportações seguem em declínio

Brasil supera produção de aço, mas exportações seguem em declínio

Imagem: Reprodução / Freepik

A produção de aço no Brasil registrou um aumento de 5,6% de janeiro a novembro de 2024, atingindo 31,1 milhões de toneladas. Apesar desse crescimento, o setor enfrenta desafios significativos, como a queda nas exportações e a pressão de concorrentes internacionais.

Alta na produção e no consumo interno

A produção de aço no Brasil apresentou um desempenho positivo, com destaque para o aumento do consumo interno. O aumento de 8,7% nas vendas internas e o crescimento de 9,6% no consumo aparente mostram que o mercado brasileiro está absorvendo bem o volume de aço produzido.

A construção civil, o setor de máquinas e equipamentos, e a indústria automotiva foram os principais responsáveis por essa demanda crescente. A construção civil, com alta de 4,1%, tem sido um dos grandes motores desse crescimento, acompanhada pelo setor automotivo, que avançou 12,1%. O setor de máquinas e equipamentos teve um crescimento mais modesto, de 1%.

Desafios nas exportações

Embora o aumento da produção interna seja positivo, as exportações de aço enfrentam dificuldades. Até novembro de 2024, as exportações brasileiras somaram 8,8 milhões de toneladas, uma queda de 18,5% em comparação ao mesmo período de 2023. Isso coloca o Brasil em uma posição delicada no mercado global, especialmente frente à concorrência da China.

A China, por exemplo, apresentou uma variação de 1.863% no consumo de aço, colocando o país asiático como um competidor cada vez mais dominante. O presidente executivo do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello, destacou a “atividade predatória” da China, que tem causado grande preocupação no setor.

Transição energética e impactos ambientais

Outro tema relevante para o setor de aço brasileiro é a transição energética. Durante a COP29, realizada em Baku, no Azerbaijão, Mello ressaltou que a indústria de aço e ferro representa apenas 4% das emissões de gases de efeito estufa no Brasil. Apesar disso, a pressão para reduzir a pegada ambiental é crescente, especialmente em um contexto global de foco nas mudanças climáticas.

Mello também mencionou que outros setores, como o agronegócio e o de energia, são responsáveis por uma parte significativa das emissões, e que é necessário um esforço proporcional de todas as indústrias para cumprir as metas climáticas.

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