A Procuradoria-Geral da República (PGR) anunciou a criação de um grupo nacional para reforçar o combate ao crime organizado no Brasil. Batizado de Gaeco Nacional, o grupo será lançado em 2025 e promete trazer mudanças significativas no enfrentamento de grandes operações.
Descentralização como estratégia
A principal meta do Gaeco Nacional é evitar a centralização de informações nas mãos de procuradores regionais. Segundo a PGR, o modelo permitirá maior eficiência e uma visão estratégica para acompanhar investigações complexas em todo o país.
“Esses casos podem ser tratados de maneira mais eficiente quando se abandona o olhar individual e se passa a atuar como um grupo especializado”, explicou o subprocurador-geral da República, Hindemburgo Chateaubriand.
A criação do grupo também busca evitar o surgimento de estruturas paralelas, como foi o caso da Força-Tarefa Lava Jato. A ideia é que o conhecimento adquirido seja mantido dentro da instituição, não limitado a indivíduos específicos.
Apoio a procuradores regionais
Outro objetivo do Gaeco Nacional será auxiliar procuradores regionais em decisões estratégicas, como a avaliação de pedidos de prorrogação de investigações. Em muitas operações, a polícia realiza ações sem participação direta da procuradoria, mas depende dela para dar continuidade ao processo.
Com a nova estrutura, a PGR pretende unificar esforços e garantir que todas as ações sejam analisadas de forma criteriosa e técnica. O grupo também permitirá maior troca de informações entre estados, fortalecendo a atuação conjunta.
Iniciativas já em andamento
Atualmente, a PGR mantém outros grupos nacionais voltados para crimes específicos, como cibernéticos e tráfico de imigrantes. O Gaeco Nacional surge como um complemento a essas iniciativas, ampliando a abrangência de atuação da Procuradoria.
“O grupo nacional acumula a experiência e compartilha o conhecimento com os procuradores regionais. Isso é essencial para manter a consistência das ações”, destacou Chateaubriand.