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Mercosul e União Europeia: o tratado que pode mudar o Brasil

Após mais de duas décadas de negociações, o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia chega a uma fase decisiva. O tratado, que visa reduzir tarifas, facilitar investimentos e impulsionar o comércio entre os dois blocos, enfrenta resistência significativa, especialmente da França. O que está em jogo? O acordo Mercosul-UE é um dos maiores pactos comerciais já propostos, abrangendo um mercado de mais de 700 milhões de pessoas. Ele promete vantagens para ambos os lados: maior acesso a produtos e serviços, redução de custos e fortalecimento das economias envolvidas. Para o Brasil, a expectativa é de aumento no comércio de commodities e maior competitividade no mercado global. Apesar das promessas, o tratado enfrenta críticas. Agricultores franceses alegam que a abertura do mercado europeu colocaria em risco milhares de empregos. Eles apontam que produtos sul-americanos, como carne e soja, não seguem os mesmos padrões ambientais e sanitários exigidos na Europa. Oposição e desafios políticos A França lidera a oposição dentro da União Europeia. O presidente Emmanuel Macron, pressionado por produtores locais, tenta atrair aliados como Polônia e Áustria para bloquear o acordo. Mesmo que o tratado seja aprovado nas instituições de Bruxelas, ele ainda precisará ser ratificado pelos 27 países-membros, um processo que pode demorar anos. No lado do Mercosul, o cenário é mais favorável. No entanto, a instabilidade política e as divisões internas do bloco ainda representam desafios para a implementação plena do tratado. Impactos econômicos esperados Estudos apontam que o acordo pode trazer benefícios significativos para a economia brasileira. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil pode crescer cerca de 0,46% até 2040, o equivalente a US$ 9,3 bilhões por ano. Além disso, a redução de tarifas europeias e os novos mercados prometem impulsionar exportações brasileiras. Ainda assim, setores industriais brasileiros têm preocupações. Sindicatos argumentam que a concorrência europeia pode levar ao fechamento de fábricas e perda de empregos. Por outro lado, entidades como a Confederação Nacional da Indústria (CNI) destacam que o acesso a insumos mais baratos e novas oportunidades de mercado compensam os riscos. Geopolítica e o efeito Trump A eleição de Donald Trump nos Estados Unidos também influencia as negociações. Sua política protecionista motiva Europa e Mercosul a fortalecerem relações comerciais como forma de resistência. Além disso, o avanço de China e Rússia na América do Sul aumenta a urgência de um acordo estratégico entre Europa e Mercosul.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Após mais de duas décadas de negociações, o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia chega a uma fase decisiva. O tratado, que visa reduzir tarifas, facilitar investimentos e impulsionar o comércio entre os dois blocos, enfrenta resistência significativa, especialmente da França.

O que está em jogo?

O acordo Mercosul-UE é um dos maiores pactos comerciais já propostos, abrangendo um mercado de mais de 700 milhões de pessoas. Ele promete vantagens para ambos os lados: maior acesso a produtos e serviços, redução de custos e fortalecimento das economias envolvidas. Para o Brasil, a expectativa é de aumento no comércio de commodities e maior competitividade no mercado global.

Apesar das promessas, o tratado enfrenta críticas. Agricultores franceses alegam que a abertura do mercado europeu colocaria em risco milhares de empregos. Eles apontam que produtos sul-americanos, como carne e soja, não seguem os mesmos padrões ambientais e sanitários exigidos na Europa.

Oposição e desafios políticos

A França lidera a oposição dentro da União Europeia. O presidente Emmanuel Macron, pressionado por produtores locais, tenta atrair aliados como Polônia e Áustria para bloquear o acordo. Mesmo que o tratado seja aprovado nas instituições de Bruxelas, ele ainda precisará ser ratificado pelos 27 países-membros, um processo que pode demorar anos.

No lado do Mercosul, o cenário é mais favorável. No entanto, a instabilidade política e as divisões internas do bloco ainda representam desafios para a implementação plena do tratado.

Impactos econômicos esperados

Estudos apontam que o acordo pode trazer benefícios significativos para a economia brasileira. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil pode crescer cerca de 0,46% até 2040, o equivalente a US$ 9,3 bilhões por ano. Além disso, a redução de tarifas europeias e os novos mercados prometem impulsionar exportações brasileiras.

Ainda assim, setores industriais brasileiros têm preocupações. Sindicatos argumentam que a concorrência europeia pode levar ao fechamento de fábricas e perda de empregos. Por outro lado, entidades como a Confederação Nacional da Indústria (CNI) destacam que o acesso a insumos mais baratos e novas oportunidades de mercado compensam os riscos.

Geopolítica e o efeito Trump

A eleição de Donald Trump nos Estados Unidos também influencia as negociações. Sua política protecionista motiva Europa e Mercosul a fortalecerem relações comerciais como forma de resistência. Além disso, o avanço de China e Rússia na América do Sul aumenta a urgência de um acordo estratégico entre Europa e Mercosul.

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