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Mulheres negras têm menor remuneração e maior taxa de desemprego no Brasil

Mulheres negras têm menor remuneração e maior taxa de desemprego no Brasil

Imagem: Reprodução/Freepik

A desigualdade racial e de gênero continua a impactar o mercado de trabalho brasileiro de forma alarmante. Dados recentes da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), referentes ao segundo trimestre de 2024, revelam que as mulheres negras enfrentam o dobro da taxa de desemprego em relação aos homens não negros.

Desemprego em números

Enquanto a taxa média de desemprego no país é de 6,9%, os homens não negros apresentam uma taxa de desocupação de apenas 4,6%. Por outro lado, as mulheres negras registram um índice de 10,1%, evidenciando uma disparidade gritante. Segundo Paula Montagner, subsecretária de Estatística e Estudos do Trabalho, essa população está concentrada em funções de baixa remuneração, como serviços domésticos e alimentação.

“As mulheres negras ainda ocupam as posições na base da pirâmide, com salários significativamente mais baixos”, destaca Paula. O levantamento também aponta que a remuneração média das mulheres negras equivale a apenas 50,2% do que é pago aos homens brancos.

Impacto da informalidade

A pesquisa mostrou que 38,6% dos trabalhadores no Brasil estão na informalidade. Esse cenário afeta de forma desproporcional as mulheres negras, que têm 9,1% mais chances de estarem em empregos sem carteira assinada ou atuando como autônomas sem registro formal, quando comparadas às mulheres não negras.

A informalidade limita o acesso a direitos trabalhistas e previdenciários, agravando ainda mais as dificuldades enfrentadas por essa população. Esse quadro é agravado pelos efeitos da pandemia de Covid-19, que atingiu com mais intensidade as mulheres negras. Durante esse período, o desemprego disparou entre trabalhadoras domésticas, muitas das quais perderam seus empregos devido à crise econômica e à redução de serviços presenciais.

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