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Em nova alta, Copom eleva Selic e pressiona por austeridade nos gastos públicos

Em nova alta, Copom eleva Selic e pressiona por austeridade nos gastos públicos

Imagem: Reprodução/Marcelo Camargo/Agência Brasil

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu, em 6 de novembro, aumentar a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual, elevando a Selic para 11,25% ao ano. A decisão, unânime, reflete o momento de tensão sobre a inflação e a sustentabilidade das contas públicas, em meio a preocupações com o aumento dos gastos governamentais e o impacto no mercado financeiro.

Cenário fiscal e pressão sobre inflação

Na ata da reunião, publicada em 12 de novembro, o Copom destacou o risco de “desancoragem” das expectativas de inflação. Com as recentes discussões sobre crescimento dos gastos públicos, a perspectiva de aumento da dívida pública se torna uma ameaça à estabilidade econômica. O Banco Central defende que o esforço em manter a disciplina fiscal e avançar com reformas estruturais é essencial para sustentar um cenário econômico saudável.

“A percepção mais recente dos agentes de mercado sobre o crescimento dos gastos públicos e a sustentabilidade do arcabouço fiscal vigente vem tendo impactos relevantes sobre os preços de ativos e as expectativas”, mencionou o documento. Segundo o comitê, esses fatores influenciam diretamente os prêmios de risco e as expectativas inflacionárias, o que exige uma postura firme da política monetária.

Objetivos da política monetária

Com a elevação da Selic, o Copom reforça a necessidade de uma política monetária mais rígida para conter o aumento de preços. A inflação projetada para 2024 já supera a meta de 3%, com o Banco Central estimando que o índice pode alcançar até 4,5%. Esse cenário exige atenção constante para evitar a perda de credibilidade no controle inflacionário, visto que expectativas mais altas de inflação podem criar um ciclo de alta nos preços.

A decisão de aumentar a taxa básica de juros foi fundamentada pela análise de um cenário que exige uma “política monetária mais contracionista”. Esse tipo de política busca reduzir o consumo e o investimento, desacelerando a economia para controlar a inflação.

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