A volta de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos acendeu um alerta no governo brasileiro, especialmente em relação às políticas comerciais. O governo Lula pretende se antecipar a possíveis medidas protecionistas, buscando uma negociação direta para evitar barreiras tarifárias que poderiam prejudicar as exportações brasileiras.
Com uma economia sensível ao comércio exterior, o Brasil vê com apreensão a postura mais fechada de Trump. Em campanha, Trump prometeu elevar tarifas de importação em até 20%, o que gerou preocupações em várias nações, incluindo o Brasil. Para a equipe de Lula, essas tarifas podem impactar setores importantes da economia nacional, com reflexos negativos sobre o câmbio e o crescimento econômico.
A importância da cooperação multilateral
A equipe econômica brasileira considera fundamental preservar uma relação harmoniosa e aberta com os Estados Unidos. Segundo fontes do governo, o Brasil aposta em uma aproximação para manter a estabilidade nas relações comerciais. Uma fonte próxima ao presidente Lula afirmou que “a preservação de um ambiente cooperativo é crucial para ambos os países”. Essa visão se baseia no papel estratégico dos Estados Unidos na economia global, onde qualquer mudança drástica nas políticas comerciais pode causar um efeito dominó em outras economias, especialmente em países emergentes como o Brasil.
Histórico de cooperação com Republicanos
O governo brasileiro busca agora repetir a cooperação que já existiu em outras administrações republicanas, como na gestão de George W. Bush. Naquela época, Lula e Bush estabeleceram um canal de diálogo positivo, mesmo com algumas diferenças ideológicas. A expectativa é que Trump adote uma postura pragmática e veja no Brasil um aliado importante na América Latina. Esse pragmatismo, espera-se, poderá moderar o tom de campanha e permitir acordos favoráveis a ambas as economias.
Divergências climáticas
Além das questões comerciais, há uma preocupação específica do governo brasileiro em relação à política ambiental. Lula tem trabalhado para fortalecer a posição do Brasil nas discussões climáticas globais e espera que Trump adote uma postura colaborativa. A COP30, que acontecerá em Belém no próximo ano, é um evento de grande importância para o governo brasileiro, que busca estabelecer metas ambiciosas para redução das emissões de carbono.
O presidente Lula, junto com o governador do Pará, Helder Barbalho, espera que Trump participe do evento e colabore com os compromissos de sustentabilidade. Isso representaria um avanço em um ponto crítico de divergência entre os dois líderes, já que Trump tem um histórico de ceticismo em relação às mudanças climáticas.