No X, o porta-voz de Milei comentou a situação de maneira irônica
Movimentos sociais e os principais sindicatos de transporte da Argentina iniciaram uma greve de 24 horas à meia-noite desta quarta-feira (30), paralisando parcialmente o país em protesto contra as políticas de austeridade do presidente Javier Milei.
Desde as primeiras horas do dia, Buenos Aires registra engarrafamentos, estações de metrô lotadas e filas para o transporte público, de acordo com a imprensa local. A greve abrange diversos modais, como trens, metrôs, ônibus, táxis, portos e até aeroportos.
Conforme o jornal La Nación, cinco dos oito maiores sindicatos do setor aéreo aderiram ao movimento, impactando cerca de 27 mil passageiros e deixando aeroportos vazios. Além disso, a adesão dos trabalhadores de portos suspendeu atividades em Buenos Aires, La Plata, Bahía Blanca e Rosario, prejudicando o comércio exterior.
O cenário de caos deve se estender até quinta-feira (31), quando o sindicato dos trabalhadores de ônibus e bondes planeja aderir ao protesto. De acordo com a Folha de SP, esse setor já sofre interrupções devido a divisões internas.
Governo
O governo de Milei, que tenta implementar uma agenda ultraliberal após o período peronista, respondeu confrontando os sindicatos. Em uma tela da estação de trem de Moreno, na Grande Buenos Aires, uma mensagem dizia: “Os sindicalistas não te deixam trabalhar. Se te obrigarem a parar, ligue para o 134”, referindo-se a Hugo Moyano, líder dos Caminhoneiros de Buenos Aires, e Pablo Biró, da Associação de Pilotos de Linhas Aéreas. A mesma mensagem teve seu envio pelo MiArgentina, aplicativo oficial de serviços do governo.
O app já foi utilizado para mensagens políticas anteriormente, tanto no governo Milei quanto no de Alberto Fernández. Em 2021, após a derrota nas primárias, os usuários receberam uma notificação com um discurso do então presidente peronista.
O porta-voz de Milei, Manuel Adorni, comentou de forma irônica no X (antigo Twitter): “Boa jornada de trabalho a todos”.