Revista Poder

É crucial oferecer mecanismos de financiamento inovadores para o pequeno produtor, diz CEO Global da JBS

Durante evento em São Paulo, Gilberto Tomazoni destaca também que os sistemas alimentares são solução para os maiores desafios da atualidade

Foto divulgação JBS

CEO Global da JBSGilberto Tomazoni, defende que os sistemas alimentares podem ajudar a solucionar grandes emergências da humanidade. “Para isso, temos de dar acesso às novas tecnologias para o pequeno produtor e oferecer mecanismos de financiamento inovadores para que essa transição seja viável e segura para eles”, afirmou o executivo que lidera a força-tarefa de Sistemas Alimentares Sustentáveis e Agricultura do B20 Brasil, braço empresarial do G20. Em sua visão, a cadeia de produção de alimentos pode ter uma enorme contribuição para combater a insegurança alimentar, frear as mudanças climáticas e gerar desenvolvimento econômico.

Os comentários foram feitos durante o Bloomberg New Economy at B20, realizado nesta quarta-feira, 23, em São Paulo. O evento reuniu líderes empresariais e governamentais para discutir desafios complexos, mas não intransponíveis: guerras, mudanças climáticas, desglobalização, inteligência artificial, transição energética e rivalidades geoestratégicas, entre outros. O CEO Global da JBS participou do painel “O dilema da prosperidade”.

Tomazoni falou sobre a dicotomia entre a urgência de racionalizar os recursos naturais, mitigando os efeitos das mudanças climáticas, e a necessidade de alimentar uma população que não para de crescer. “Temos que produzir mais com menos, e, por isso, aumentar a eficiência é o caminho. E fazemos isso por meio da inovação, da tecnologia. Isso já é realidade no Brasil; dá, sim, para produzir mais comida com impacto ambiental positivo”, afirmou o executivo. Em sua visão, o desafio é garantir que essas soluções cheguem aos pequenos produtores e que eles tenham o apoio necessário para implementá-las.

Para o CEO Global da JBS, o pagamento dos serviços ambientais é essencial para transformar a agricultura em pequenas áreas, tornando-a economicamente viável. Atualmente, menos de 4% dos investimentos para a mudança climática vão para a área da agricultura, segundo o Ifad (sigla em inglês para Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola). E somente 1,7% do financiamento climático é destinado para projetos na agricultura em países em desenvolvimento, de acordo com a ONU.

Tomazoni ressaltou, ainda, que essas e outras recomendações já foram apresentadas aos ministros de Agricultura do G20, que acataram 75% delas. “Nossa expectativa é que os líderes das nações aceitem nossas propostas e, o mais importante, trabalhem para colocá-las em prática. Ser mais sustentável significa ser mais eficiente e, portanto, mais produtivo. Todos ganham. Sem dúvida, investir nos sistemas alimentares é parte da solução para os dilemas da prosperidade”, disse.

Ao lado de Tomazoni, participaram do painel Marcela Escobari, coordenadora da Declaração sobre Migração e Proteção de Los Angeles e assistente especial do presidente dos Estados Unidos no Conselho de Segurança Nacional, e Paul Polman, ex-CEO da Unilever, líder empresarial e ativista. A moderação foi de Julia Leite, responsável pela cobertura de mercados emergentes da Bloomberg.

Também participou da conferência, em painel no período da manhã, Wesley Batista, acionista da J&F e integrante do Conselho de Administração da JBS.

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