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Ratos usam fêmeas para escaparem de brigas; saiba mais

Ratos usam fêmeas para escaparem de brigas; saiba mais

A análise ocorreu em um ambiente controlado - Reprodução Freepik (@wirestock)

Os pesquisadores focaram em quartetos compostos por dois ratos machos e duas fêmeas ao longo de cinco horas

Um estudo recente conduzido por cientistas da Universidade de Delaware, nos Estados Unidos, trouxe à luz uma intrigante estratégia de sobrevivência observada em ratos. Quando confrontados com um potencial conflito, camundongos machos menos dominantes empregam um curioso método para desviar a atenção de seus agressores: eles interagem brevemente com fêmeas próximas, que acabam se tornando involuntárias distratoras.

De acordo com a CNN, a pesquisa apareceu na revista PLOS Biology. Ela utilizou técnicas avançadas de aprendizado de máquina para analisar complexas interações sociais entre grupos mistos de camundongos Mus musculus. A análise ocorreu em um ambiente sob controle, onde mais de três mil episódios de brigas entre os ratos aconteceram. A arena quadrada media 76,2 cm por 61 cm.

Tática

Durante as observações, os pesquisadores focaram em quartetos compostos por dois machos e duas fêmeas ao longo de cinco horas. Entretanto, um padrão comportamental peculiar emergiu: frequentemente, o macho menos dominante desviava para uma fêmea logo antes do agressor se aproximar dela. Este momento servia como uma distração eficaz, permitindo que o camundongo mais fraco escapasse discretamente da situação potencialmente perigosa. A tática tem o nome de “isca e troca”.

“Pense em uma ocasião em que você foi confrontado por um valentão ou se viu em outra situação desafiadora: você confrontou o problema diretamente ou procurou maneiras de escapar dele”, apontou o líder da pesquisa, Joshua Neunuebel, da Universidade de Delaware, em entrevista à New Scientist.

Em contramão de outras táticas defensivas que apareceram no estudo, a “isca e troca” demonstrou ser particularmente eficaz para reduzir conflitos diretos. Contudo, os pesquisadores alertam que essa abordagem pode ter custos sociais para os ratos mais fracos. Eles apontam uma diminuição das oportunidades de interação com as fêmeas. Estudos futuros poderão explorar se essa estratégia mantém sua eficácia em grupos maiores e mais complexos de camundongos.

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