Revista Poder

Afinal, faz sentido apostar em um único tratamento milagroso para rejuvenescer?

Da toxina botulínica aos preenchedores injetáveis, passando pelos bioestimuladores de colágeno e skinboosters, procedimentos são ofertados como soluções coringas para o envelhecimento, mas, sozinhos, são realmente capazes de entregar tudo o que esperamos?

De tempos em tempos, surge um novo procedimento estético que promete ser a grande solução para todos os problemas relacionados à aparência. Algumas substâncias são enxergadas e vendidas como verdadeiras soluções milagrosas de rejuvenescimento e embelezamento. Por um tempo, foi a toxina botulínica. Agora são os preenchedores, que viraram um coringa na estética, sendo oferecido para tudo e a todos. Isso até chegar a próxima substância do momento. “Assim cria-se uma legião de pessoas com idade indefinida, sem identidade, muito diferentes do que eram, sem expressão, com rosto não muito humano, mas sem qualquer ruga. Surgem então modas como harmonização facial, demonização facial, pillow face (cara de travesseiro). As mídias sociais ficam repletas de fotos de antes e depois e memes”, diz a cirurgiã plástica Dra. Beatriz Lassance, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

O problema de apostar em apenas uma substância ou tratamento, como o preenchimento ou a toxina botulínica, é que, quando o arsenal é pequeno, não só o resultado é comprometido, como também pode ser prejudicial, como ocorre no caso dos preenchedores. “Um rosto envelhecido pode ser comparado a um balão vazio: você enche o balão de ar para que fique todo esticado e brilhante. Mas ao esvaziar fica mais enrugado do que antes, sendo necessária então uma quantidade ainda maior de ar para manter o balão ‘desenrugado’. Este é o conceito que está sendo chamado de ‘filler fatigue’. O uso excessivo desses preenchedores, que tem um efeito temporário, distende mais e mais os tecidos, assim criando a necessidade de cada vez mais preenchedor e, logo, piorando os sinais de envelhecimento”, diz a médica. Sem contar o perigo de aplicar em locais muito vascularizados sem o devido conhecimento anatômico, como pontua o cirurgião plástico Dr. Paolo Rubez, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica: “Pela alta vascularização do nariz, a rinomodelação pode ser associada a complicações vasculares graves, como cegueira, necrose cutânea e acidente vascular cerebral. Em casos de necroses mais graves, o nariz precisa ser reconstruído com outros tecidos do rosto, acrescentando cicatrizes na face e sem um resultado estético adequado, na medida em que se torna uma cirurgia reparadora”, diz o médico.

Então, na busca por procedimentos estéticos, é importante lembrar que não existe uma única substância capaz de voltar no tempo e reverter completamente o processo de envelhecimento. “Não existem procedimentos que rejuvenescerão o rosto em uma única sessão de maneira rápida e simples, pois é impossível reverter de uma única vez todos os fatores envolvidos no processo de envelhecimento ao longo dos anos”, explica a médica. O problema, então, não está no procedimento, mas sim no diagnóstico e na indicação de quando e como realizá-lo. “A culpa das distorções não é do tratamento em si, mas sim da ‘falta de julgamento estético’ entre alguns injetores, médicos e não médicos, e também de um impulso dismórfico de alguns pacientes de sentir uma gratificação instantânea logo após a injeção. Se esse sentimento não for controlado pelo médico, ele pode ir rapidamente na direção errada”, pontua a especialista.

Esse impulso dismórfico move muitos pacientes a realizarem um procedimento atrás do outro, passando a exigir cada vez mais dos resultados. “Com as mídias digitais e as selfies, as pessoas estão o tempo todo se autoavaliando e procurando ‘defeitos’ para que possam melhorar. Elas querem se tornar mais bonitas para ficarem melhor nas fotos e postarem em suas mídias, assim como veem as celebridades e os influencers divulgando um tratamento e procuram pelo procedimento oferecido. Como a percepção estética está mais apurada, pelas próprias informações técnicas que encontram nas mídias sociais, as pessoas também se tornaram mais exigentes com relação aos resultados. Por isso, é muito importante trabalhar bem as expectativas de cada paciente para que não haja frustrações caso o tratamento não atinja o desejo do paciente”, explica o cirurgião plástico Dr. Paolo Rubez.

Segundo a cirurgiã plástica, preenchedores, bioestimuladores de colágeno, toxina botulínica, tecnologias ou mesmo as cirurgias são armas de um arsenal enorme que devem ser utilizadas para conferir um envelhecimento belo, tornando as pessoas mais felizes consigo mesmas. “Bons profissionais são capazes de utilizar todos esses recursos para tratar estruturas de forma independente e harmônica. E como o paciente não muda de rosto, apenas melhora e rejuvenesce, ninguém nem mesmo percebe que algum procedimento foi feito. É necessário conversar com o paciente e ouvir o que ele realmente deseja, entender a anatomia desse desejo e traduzi-lo em técnicas e procedimentos adequados”, diz a médica.

A avaliação do médico é fundamental também, pois nem sempre a autoavaliação do paciente é certeira. “Alguns pacientes, por exemplo, acreditam que têm o nariz muito grande e isso causa um incômodo. Mas em alguns casos, é possível até mesmo que o cirurgião não recomende a rinoplastia como solução, mas sim outra cirurgia, como a mentoplastia (queixo) ou a perfiloplastia, que une as duas. Muitas vezes, não é o nariz o responsável pelo incômodo estético, mas sim o queixo, que pode aumentar ou diminuir o tamanho percebido do nariz. Nesses casos, a mentoplastia visa tratar o desequilíbrio entre o tamanho do terço médio e do terço inferior da face através da manipulação das estruturas que compõem o queixo”, explica o Dr. Paolo Rubez.

E, felizmente, cada vez mais técnicas têm surgido visando justamente a naturalidade e a preservação da aparência do paciente, evitando assim aquele aspecto exagerado. “Embora muitas pessoas acreditem que as cirurgias sejam usadas para atingir a perfeição estética ou uma aparência mais padronizada, é cada vez mais comum que as técnicas evoluam no caminho da naturalidade, levando em conta a singularidade de cada paciente e abraçando a diversidade de corpos. Isso faz com que os pacientes se sintam aceitos e confiantes em sua aparência original. Na clínica moderna, cada história é única, cada transformação é singular, e cada escolha é respeitada. O corpo é uma forma de expressão pessoal e os procedimentos estéticos devem respeitar isso”, destaca a Dra. Beatriz Lassance.

O segredo para conquistar um envelhecimento saudável e uma aparência jovial, bonita e natural não está então em uma única substância, mas sim em um conjunto de estratégias, afinal, o processo de envelhecimento é multifatorial. “Temos ferramentas cada vez melhores e mais eficazes para manter a aparência saudável, incluindo os preenchedores e a toxina botulínica, mas também bioestimuladores de colágeno, tecnologias e as cirurgias, que devem ser indicadas e realizadas com muito critério e conhecimento. Além disso, filtro solar e dermocosméticos devem ser usados diariamente com orientação médica. E lembre-se: dieta adequada, não fumar, fazer exercícios físicos com regularidade, cultivar amigos, dormir bem e, obviamente, cuidar da pele são medidas de estilo de vida que realmente são capazes de influenciar o processo de envelhecimento”, finaliza a Dra. Beatriz.

FONTES: *DRA. BEATRIZ LASSANCE: Cirurgiã Plástica formada na Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e residência em cirurgia plástica na Faculdade de Medicina do ABC. Trabalhou no Onze Lieve Vrouwe Gusthuis – Amsterdam -NL e é Membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e da ISAPS (International Society of Aesthetic Plastic Surgery). Além disso, é membro do American College of LifeStyle Medicine e do Colégio Brasileiro de Medicina do Estilo de Vida. Instagram: @drabeatrizlassance

*DR. PAOLO RUBEZCirurgião plástico formado pela UNIFESP, é membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), da Associação Brasileira de Cirurgia Plástica (BAPS), da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS), da Sociedade Americana de Cirurgia Plástica (ASPS) e da Sociedade de Cirurgia de Enxaqueca dos EUA. Dr. Paolo Rubez é Mestre em Cirurgia Plástica pela Escola Paulista de Medicina da UNIFESP. O médico tem 12 Observerships em Cirurgias Plásticas Faciais, nos EUA, sendo 8 com o Dr. Bahman Guyuron em Cleveland. É idealizador do Migraine Surgery Academy, que ensina e estimula cirurgiões plásticos de todo mundo a realizarem as cirurgias de enxaqueca a fim de beneficiar mais pacientes com o tratamento. Instagram: @drpaolorubez

Esse texto foi produzido pela Holding Comunicações, assessoria de imprensa especializada em saúde, beleza e bem-estar com 30 anos de experiência no setor.

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