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Relatório da ONU acusa Israel de atacar sistema de saúde de Gaza

Relatório da ONU acusa Israel de atacar sistema de saúde de Gaza

O Ministério das Relações Exteriores de Israel considerou as alegações "ultrajantes" - Reprodução X (@VividProwess)

Diplomacia de Israel rejeita acusações de crimes de guerra e afirmou que Hamas utiliza hospitais como esconderijos

Um relatório da ONU apontou que Israel estaria com uma “política concertada” de devastação do sistema de saúde em Gaza. O documento classificou tais atos como crimes de guerra. As descrições sobre as atividades israelenses na região foram de “crimes de guerra de assassinato intencional e maus-tratos, além do crime contra a humanidade de extermínio”. O comunicado da comissão foi divulgado na quinta-feira (10).

“As forças de segurança israelenses mataram, detiveram e torturaram deliberadamente equipes médicas e definiram ambulâncias como alvos”, segundo o relatório da Comissão Internacional Independente de Inquérito da ONU sobre o Território Palestino Ocupado, como Jerusalém Oriental e Israel. Os bombardeios israelenses ocasionaram a falta de “combustível, comida, água, medicamentos e suprimentos médicos” nos hospitais. De acordo com a CNN, também restringiu severamente as autorizações para que pacientes buscassem tratamento fora do território.

Em resposta, o Ministério das Relações Exteriores de Israel considerou as alegações “ultrajantes”. Além disso, afirmou que representam “outra tentativa flagrante da (comissão) de deslegitimar a existência do Estado de Israel e obstruir seu direito de proteger sua população, encobrindo os crimes de grupos terroristas”. “O relatório distorce as operações de Israel em instalações de saúde, que estão repletas de terror, como uma ação contra o sistema de saúde de Gaza, ignorando evidências de que as instituições médicas foram usadas pelo Hamas e pela Jihad Islâmica Palestina para fins terroristas”.

Israel sustentou que o Hamas utiliza hospitais para esconder combatentes, armazenar armamentos, planejar ataques e ocultar reféns. O Hamas, por sua vez, nega o uso de instalações médicas para fins militares.

Relatório sobre ataques de Israel e Hamas

O relatório da ONU também imputou crimes de guerra ao Hamas e outros grupos militantes palestinos. No caso deles, descreveu como “tortura, tratamento desumano, estupro e violência sexual” em relação aos reféns israelenses. A comissão também analisou “maus-tratos sistemáticos” de prisioneiros palestinos nas prisões israelenses.

O Ministério das Relações Exteriores de Israel negou “acusações de abusos generalizados e tortura de detentos”. Além disso, afirmou que o país está “totalmente comprometido com os padrões legais internacionais” no tratamento de prisioneiros. Na declaração que acompanha o relatório de 24 páginas, a ex-Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, exigiu que Israel “cessem imediatamente a destruição gratuita sem precedentes” em Gaza. “As crianças, especialmente, têm suportado o peso desses ataques, sofrendo direta e indiretamente com o colapso do sistema de saúde”, observou.

Os especialistas da ONU também investigaram o caso da Hind Rajab, uma menina palestina de 5 anos que pediu socorro enquanto estava presa em um carro durante bombardeios. Embora uma ambulância tenha chegado ao local enquanto a menina ainda estava viva, a presença das forças de segurança israelenses “impediu o acesso”. No entanto, isso resultou na recuperação dos corpos de seus familiares somente 12 dias após o evento.

O relatório “concluiu que a 162ª Divisão do Exército israelense”, que atuava na área, é “responsável pela morte da família de sete pessoas, pelo bombardeio da ambulância e pela morte dos dois paramédicos a bordo”. A comissão já havia declarado que tanto Israel quanto o Hamas haviam cometido crimes de guerra nas fases iniciais do conflito em Gaza.

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