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Cármen Lúcia discursa contra episódios de violência na política

Cármen Lúcia discursa contra episódios de violência na política

Há dez dias, outro incidente da eleição paulistana que chamou a atenção do país foi a cadeirada desferida pelo candidato José Luiz Datena (PSDB) em Marçal durante um debate - Reprodução Bluesky (@haftasarden.bsky.social‬)

A ministra ressaltou que não há espaço para violência na política

A ministra Cármen Lúcia, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), fez um discurso na abertura da sessão desta terça-feira (24) em que criticou os recentes episódios de violência na campanha eleitoral, alguns deles provenientes dos próprios políticos e seus assessores. Cármen pediu que partidos e candidatos se respeitem e “tomem tenência”.

A ministra não mencionou casos específicos de violência. Entretanto, suas declarações ocorreram um dia após um integrante da campanha de Pablo Marçal (PRTB) agredir um assessor do prefeito Ricardo Nunes (MDB), candidato à reeleição. A situação aconteceu no final de um debate nesta segunda-feira (24). O evento foi organizado pelo Grupo Flow em parceria com o Grupo Nexo, da Faculdade de Direito da USP. Há dez dias, outro incidente da eleição paulistana foi a cadeirada desferida pelo candidato José Luiz Datena (PSDB) em Marçal durante um debate.

“É necessário exigir, em nome do eleitorado brasileiro, que candidatos e seus auxiliares de campanha se respeitem. Se não se respeitam, que respeitem a cidadania brasileira, que não deve ser submetida a cenas e práticas que envergonham e ofendem a civilidade democrática. É preciso convocar também os partidos políticos a que tomem tenência”, afirmou a presidente do TSE.

Violência

De acordo com o G1, para Cármen Lúcia, “política não é violência, é a superação da violência”. “Violência no ambiente da política desrespeita não apenas a vítima, mas ofende toda a sociedade e a própria democracia”, declarou.

A ministra lamentou atitudes “subalternas” e “incivis” que impõem aos cidadãos cenas “abjetas” e de “pugilato”. “Por despreparo, descaso ou tática ilegítima e desqualificada de campanha, atenta-se contra cidadãs e cidadãos, contra pessoas e instituições. Na mais subalterna e incivil descompostura, impõe-se às pessoas honradas do país, que apenas desejam entender as propostas dos candidatos para suas cidades, a obrigação de assistir a cenas abjetas e criminosas, que rebaixam a política a situações de pugilato, desrazão e crimes.”

Além disso, a ministra também afirmou que solicitará celeridade aos órgãos responsáveis na apuração e condenação de casos de agressões eleitorais. “Estou encaminhando ofício à Polícia Federal, ao Ministério Público Federal e aos presidentes dos Tribunais Regionais Eleitorais para que eles deem prioridade e efetividade às funções que exercem, de investigação, acusação e julgamento de atos contrários ao Direito Eleitoral e agressivos à cidadania, nos casos de violência que se repetem neste processo eleitoral e que afrontam a nobilíssima atividade da política, tão necessária”, explicou

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