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Pesquisa mostra que maioria dos trabalhadores do setor de eventos são informais

Pesquisa mostra que maioria dos trabalhadores do setor de eventos são informais

Em 2024, o número total de trabalhadores informais no Brasil foi de 38,8 milhões - Reprodução Freepik (@drazenzigic)

Para o especialista, caso o número de trabalhadores informais no setor de eventos fosse menor, os dados nacionais de empregabilidade seria mais positivo

Um estudo da Associação Brasileira de Eventos (Abrafesta) mostrou que 80% dos trabalhadores do setor de eventos são informais. O número está acima da média nacional de 36%, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que são base da pesquisa. Segundo a instituição, a situação ficou maior por conta da natureza sazonal desse tipo de serviço, pela maioria ser pequenas empresas e por conta do uso de temporários sem registro formal.

Os dados do IBGE que a Abrafesta compilou mostrou que, somente em 2024, o número total de trabalhadores informais no Brasil foi de 38,8 milhões. Foi observado uma leve redução em comparação com os 39,4 milhões do trimestre anterior. Entretanto, o número ainda foi maior que os 38,2 milhões registrados em fevereiro de 2023. Destes, quase 10 milhões são do setor de eventos, como a maior parte diretamente impactada pela informalidade.

De acordo com a CNN, para resolver a situação, a Abrafesta defendeu a criação de um regime de Microempreendedor Individual (MEI) voltado para o setor. O projeto tem o objetivo de formalizar milhões de trabalhadores que atuam atualmente sem direitos e garantias adequados.

Dados

Segundo o presidente da instituição, Ricardo Dias, caso a taxa de informalidade fosse menor, é provável que os dados nacionais de empregabilidade fossem mais positivos. “Estamos apresentando os problemas em números absolutos, mas a informalidade impõe uma série de dificuldades adicionais aos trabalhadores da linha de frente, como a falta de mão de obra qualificada e a total ausência de proteção”, explicou Dias.

“Não estamos falando apenas de benefícios para o setor de eventos, estamos falando de trazer dignidade para garçons, montadores de equipamentos e outros profissionais”, pontua. Ele ainda destacou que faltam dados precisos sobre o número real de empregos gerados, o que dificultaria o reconhecimento, por parte do governo, da importância do setor na geração de receita e no desenvolvimento regional.

De acordo com Dias, a pesquisa mostrou que a formalização de mais de 8 milhões de profissionais invisíveis pode acontecer com a implementação do projeto de lei do MEI. “Estamos apresentando os problemas em números absolutos, mas a informalidade impõe uma série de dificuldades adicionais aos trabalhadores da linha de frente”, pontuou Dias.

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