Revista Poder

Brasil anima a Champs-Élysées na abertura dos Jogos Paralímpicos

Cerimônia em Paris enfatizou a busca pela acessibilidade plena e por uma realidade que permita oportunidades iguais para todas as pessoas.

Em uma cerimônia que valorizou a acessibilidade, a excelência esportiva e os direitos das pessoas com deficiência a viverem em um planeta que integre e dê condições iguais a todos em todas as áreas de atuação, os Jogos Paralímpicos de Paris foram oficialmente abertos nesta quarta-feira, 28 de agosto, na França.

Delegação brasileira na Cerimônia de Abertura dos Jogos Paralímpicos de Paris. Foto: Alê Cabral / CPB

“A gente trabalha muito para estar aqui. É a realização de um sonho. O ciclo paralímpico é formado por vários atos, e os Jogos são o ato final. Eu fico emocionada porque a gente deixa um marco na história do Brasil e do Movimento Paralímpico. Está tudo muito lindo”, disse Edênia Garcia, da natação paralímpica.

Assim como nos Jogos Olímpicos, a cerimônia foi realizada ao ar livre pela primeira vez na história do megaevento, na região entre a histórica avenida Champs-Élysées e a Praça da Concórdia.

TOCHA – A reta final do tour da tocha, que oficializa a abertura dos Jogos, teve um revezamento que envolveu atletas olímpicos e paralímpicos, franceses e internacionais, com diferentes tipos de deficiência, todos eles campeões. Num primeiro momento, eles foram acompanhados de uma apresentação artística ao som do Bolero de Ravel. No fim, a chama foi acesa por cinco atletas do time da França: Charles-Antoine Kouakou (atletismo), Nantenin Keita (atletismo), Fabien Lamirault (tênis de mesa), Alexis Hanquinquant (triatlo) e Elodie Lorandi (natação).

Cinco atletas franceses com diferentes deficiências acenderam a pira que oficializa a abertura dos Jogos Paralímpicos. Foto: frame de vídeo

A partir desta quinta-feira, e até o dia 8 de setembro, mais de 4,4 mil atletas de 184 nações vão disputar 22 modalidades na capital francesa. O Brasil será representado por 280 atletas em 20 modalidades, e 274 são atualmente integrantes do Bolsa Atleta, programa de patrocínio do Governo Federal. É a maior delegação brasileira já anunciada para uma edição dos Jogos fora do Brasil.

AGITO – Durante o desfile das delegações, a equipe brasileira agitou a plateia presente. O Brasil foi o 21º país a entrar no percurso de aproximadamente 2,5 km preparado para o desfile dos atletas. Conduzidos pelos porta-bandeiras Gabriel Araújo, da natação, e Beth Gomes, do atletismo, os atletas brasileiros mostraram animação por todo o trajeto.

Atleta do país com mais participações em Jogos Paralímpicos, a nadadora cearense Edênia Garcia, 37, da classe S3 (limitação físico-motora), afirmou que realizou um sonho ao entrar na Champs-Élysées, que passou por um processo de “recapeamento” para ser mais acessível aos cadeirantes.

“A gente trabalha muito para estar aqui. É a realização de um sonho. O ciclo paralímpico é formado por vários atos, e os Jogos são o ato final. Eu fico emocionada porque a gente deixa um marco na história do Brasil e do Movimento Paralímpico. Está tudo muito lindo”, avaliou a atleta, que nasceu com a doença de Charcot-Marie-Tooth, também conhecida como atrofia fibular muscular.

Festa na Praça da Concórdia no fim da cerimônia de abertura. Foto: frame de vídeo

MEDALHAS – Um dos porta-bandeiras do Brasil, o nadador mineiro Gabriel Araújo, 22, é um dos 14 atletas do país que já podem disputar medalha nesta quinta-feira, 29. Às 4h59 (de Brasília), ele nadará as eliminatórias dos 100m costas da classe S2 (limitação físico-motora) e, se avançar, fará a final às 13h. Nessa prova, ele ficou com a medalha de prata nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020, mas é o atual bicampeão mundial.

“Estou feliz e honrado. É um momento único e uma emoção grande. Sempre nos antecipamos às situações e já estava no meu planejamento participar da abertura, independentemente de nadar no dia seguinte. É um sonho estar vivendo tudo isso”, disse Gabriel, que nasceu com focomelia, doença que impede a formação de braços e pernas.

“Muita emoção em poder representar toda a nação brasileira, entrar na avenida mais famosa do mundo e abrir os Jogos Paralímpicos de Paris 2024. Até me belisquei para entender se era verdade mesmo”, completou Beth Gomes, 59, que disputa as provas de arremesso de peso e lançamento de disco na classe F53 (cadeirantes). Ela foi diagnosticada com esclerose múltipla em 1993, quando era jogadora de vôlei convencional.

 

Fonte: gov.br

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