Revista Poder

Microplásticos encontrados em cérebros humanos, aumentando as preocupações com os efeitos na saúde

Um crescente número de estudos científicos revela que microplásticos estão se acumulando em órgãos humanos, incluindo o cérebro, o que levou especialistas a solicitar ações imediatas para combater a poluição plástica. Os microplásticos, definidos como fragmentos menores que 5 mm, foram detectados em várias partes do corpo humano, como pulmões, placentas, órgãos reprodutivos, fígados, rins e até mesmo articulações.

Um estudo recente analisou 91 amostras de cérebro e descobriu que elas continham, em média, de 10 a 20 vezes mais microplásticos do que em outros órgãos, com 24 amostras apresentando cerca de 0,5% de plástico em peso. O autor do estudo, Matthew Campen, expressou preocupação ao afirmar que a quantidade de plástico encontrado no cérebro é alarmante e sugere um aumento da contaminação ao longo do tempo.

Além disso, a pesquisa indicou que os cérebros de pessoas com demência continham até 10 vezes mais microplásticos do que amostras saudáveis, levantando questões sobre possíveis ligações entre a poluição plástica e doenças neurodegenerativas. As evidências sobre os riscos à saúde relacionados à presença de microplásticos ainda são limitadas, mas estudos em animais sugerem associações com estresse oxidativo, doenças cardiovasculares, problemas de fertilidade e até câncer.

A falta de regulamentação sobre microplásticos nos EUA é notável, já que não existem padrões para partículas plásticas em alimentos ou água. A EPA está desenvolvendo diretrizes para medir e quantificar microplásticos. Pesquisas recentes também encontraram microplásticos em amostras de medula óssea, articulações e órgãos reprodutivos humanos, refletindo a onipresença desses poluentes.

Pesquisadores recomendam que as pessoas reduzam sua exposição a plásticos, evitando o uso de plásticos na preparação de alimentos e preferindo água da torneira em vez de engarrafada. Também enfatizam que os microplásticos podem atuar como transportadores de produtos químicos tóxicos, o que aumenta ainda mais as preocupações sobre seus efeitos à saúde.

A crescente evidência da contaminação por microplásticos em organismos humanos é um chamado à ação urgente, com cientistas pedindo a declaração de uma emergência global para lidar com a poluição plástica. A comunidade científica ressalta que “não há lugar que não seja afetado”, desde os oceanos até o cérebro humano, tornando imperativa a busca por soluções para este problema crescente

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