Revista Poder

Tarsila do Amaral: Obra inédita é revelada quase 100 anos após ser pintada

Paisagem, 1925, Tarsila do Amaral. Crédito: Felipe Berndt

Uma suposta tela de Tarsila do Amaral, uma das artistas mais importantes do Modernismo brasileiro, foi revelada quase 100 anos após sua pintura. A obra surgiu durante a SP-Arte, a maior feira de arte da América Latina, realizada em abril na capital paulista. Embora tenha levantado suspeitas e sido considerada falsa por alguns galeristas, sua autenticidade foi confirmada após quatro meses de perícia científica.

Paola Montenegro, sobrinha-bisneta de Tarsila do Amaral e gestora da empresa, assumiu os negócios da família em janeiro de 2024. Diante da polêmica gerada na SP-Arte, ela contratou Douglas Quintale, perito científico em análises de obras de arte. Após realizar análises físico-químicas, de luz ultravioleta, infravermelha e escaneamento da imagem, a comissão liderada pela família da artista confirmou a autenticidade da obra, que pertence à primeira fase de Tarsila, conhecida como Pau-Brasil.

Quatro meses depois, as dúvidas sobre a obra foram esclarecidas. Segundo o galerista Thomaz Pacheco, o dono original era Mikael Abouij Naid, que adquiriu o quadro diretamente de Tarsila em 1951 como presente de casamento para sua esposa, Beatriz Maluf. Após a morte de Beatriz, na década de 1970, o marido levou o quadro para o Líbano, onde faleceu. Em 2023, o filho do casal trouxe a obra de volta ao Brasil, surpreendendo a sobrinha-bisneta de Tarsila.

Intitulada “Paisagem 1925”, a tela retrata uma paisagem rural brasileira e é inspirada nas fazendas do interior de São Paulo. Sua autenticidade foi certificada pelo novo Comitê do Projeto de Certificação e Catalogação da artista. A descoberta ganhou repercussão nacional e internacional, pois a obra não estava registrada no catálogo raisonné de Tarsila. No entanto, a ausência de uma pintura nesse documento não a qualifica como falsa.

A nova obra de Tarsila representa um acontecimento importante para o mundo da arte, pois amplia o conhecimento sobre a produção da artista e enriquece o acervo do Modernismo brasileiro.

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