Nesta segunda-feira, 12 de agosto, o economista e ex-ministro Antônio Delfim Netto morreu aos 96 anos, em São Paulo. Ele estava internado desde o último dia 5 no Hospital Israelita Albert Einstein, na capital paulista, devido a complicações de saúde. Deixa uma filha e um neto. Seu velório será restrito à família.
Nascido em maio de 1928, Delfim formou-se em economia pela USP e teve uma carreira significativa. Foi um dos principais nomes da economia brasileira e atuou como ministro da Fazenda durante o regime militar, conhecido como “Milagre Econômico”.
Durante sua gestão, a economia brasileira cresceu a uma taxa média de 10% ao ano, mas também deixou o país com uma dívida externa elevada, inflação alta e perda de renda da população mais pobre.Após deixar o governo, Delfim foi embaixador do Brasil na França e, posteriormente, ministro da Agricultura e do Planejamento.
Na década de 1980, voltou a fazer parte da ala econômica do governo, como ministro do Planejamento, mas enfrentou um cenário externo difícil, com o mundo passando pelos efeitos do segundo choque do petróleo.
Se aproximou de Lula em 1998 e se tornou um influente conselheiro econômico dos governos do PT. Também aconselhou a sucessora de Lula, Dilma Rousseff, mas divergia da condução econômica do governo.
Foi um defensor do Ato Institucional número 5 (AI-5), que fechou o Congresso Nacional e promoveu a fase mais violenta de repressão aos adversários políticos da ditadura.