Rodrigo Ribeiro descobriu que seguiria o caminho da moda desde pequeno. Aos 13 anos, já era apaixonado pelas marcas da sua época e via nelas a possibilidade de expressar um estilo de vida. O estilista cresceu no ambiente artístico da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, onde sua mãe era artista plástica, e foi influenciada pelo surf de seu pai. Essa combinação de arte, surf e interesse pelo mundo moldou sua visão. Aos 17 anos, estudado na Califórnia, onde começou a entender o que era moda e o mercado de moda, consolidando seu propósito de vida. Assim que voltou ao Brasil, começou a traçar os planos para criar sua marca, a Foxton, que começou na Babilônia Feira Hype em 2004 e hoje é uma das mais importantes marcas de moda masculina do país.
Rodrigo Ribeiro conversou com a Revista Poder sobre sua trajetória na moda, suas inspirações e como a paternidade influenciou sua carreira.
O que significa moda para você, em termos de expressão pessoal e cultural?
Moda é sobre comportamento. Vem de “modus” em latim, que significa traje. Não é apenas se vestir, mas reflete códigos sociais, tradições culturais e autoexpressão.
Podemos contar um pouco sobre sua trajetória profissional até se tornar diretor criativo?
Minha primeira experiência foi aos 17 anos como assistente de estilo da Rocks em San Diego. De volta ao Brasil, enfrentei desafios para criar minha marca. A Babilônia Feira Hype foi crucial para meu início. Ali, criei, vendi e gerenciei, o que me deu uma visão ampla e foi fundamental para minha trajetória como diretor criativo.
Quais designers ou artistas influenciaram e continuam influenciando seu trabalho ao longo desses anos?
Minhas primeiras influências foram Matisse e Mauro Taubman. Depois veio a arquitetura modernista brasileira de Niemeyer e Burle Marx, o design escandinavo, a natureza da Mata Atlântica e do Oceano Atlântico. Minhas influências são mais ideias, lugares e movimentos daquelas pessoas.
Onde você busca inspiração para o seu trabalho? Qual é a importância da pesquisa e da análise de tendências?
Valorizo o passado, vivo intensamente o presente e sou curioso sobre o futuro. Adoro viajar e buscar novas referências, mas os insights podem surgir de formas inusitadas. A disciplina é essencial para transformar a inspiração em realidade. As tendências são importantes, mas é vital manter a moderna e saber dizer não.
Como você vê a evolução da moda masculina nos últimos anos?
A moda masculina evoluiu significativamente, com os homens refletindo sobre seu papel na sociedade e expressando seu estilo com mais liberdade. As mídias sociais ajudaram, permitindo que muitos homens já saibam o que querem ao chegar às lojas, promovendo uma jornada de consumo mais peculiar.
Quais mudanças na indústria você acha que são mais importantes para o futuro?
A sustentabilidade é crucial. A indústria precisa trazer soluções inovadoras e viáveis, e a tecnologia tem ajudado nesse caminho, permitindo um futuro mais sustentável sem perder qualidade.
Como a sustentabilidade e a responsabilidade social/ambiental influenciam seu trabalho?
Em 2014, uma viagem a Copenhague, onde me hospedei no primeiro hotel 100% sustentável do mundo, foi um marco. A dificuldade inicial em implementar práticas sustentáveis me levou a uma mudança de mentalidade. Hoje, evoluímos junto com a indústria, fornecedores e consumidores para incorporar sustentabilidade em nossos produtos e no dia a dia da marca.
Quais são as metas e aspirações futuras para você como profissional na área de design/moda?
Quero conectar, inspirar e dar confiança às pessoas através do meu trabalho. Desejo que essa ideia vá além de uma marca de roupas, promovendo empatia e bem-estar.
Você acha que a paternidade influenciou alguma decisão importante em sua carreira?
A paternidade teve um impacto profundo em minha carreira. Ela me ensinou a focar no que realmente importa, a saber priorizar, a ter paciência e a valorizar o que é essencial na vida. Ser pai me fez perceber a importância de equilibrar minhas responsabilidades profissionais e pessoais e buscar um propósito maior em tudo o que faço. Essa experiência me tornou um profissional mais consciente e alinhado com meus valores, influenciando cada decisão que tomo.
Como você equilibra a demanda de ser um diretor criativo e suas responsabilidades como pai?
É um exercício diário que exige criatividade, disciplina, personalidade e dedicação. Ter uma rotina organizada é essencial para o convívio harmonioso. Conto com uma ótima rede de apoio para ajudar nos momentos mais intensos e tenho um trabalho flexível que me permite ser um pai presente.
Que valores ou lições você espera transmitir para sua filha através do seu trabalho?
Flora, o trabalho é uma responsabilidade, mas também um caminho para a felicidade. Nunca pare de buscar conhecimento, pois aprender continuamente é essencial. Tenha empatia e respeito pelo próximo e por você mesma. Descubra o que você motiva e o que fará você não desistir nos momentos difíceis. Valorize o caminho e as pessoas ao seu lado. O sucesso é uma consequência de fazer o que ama com paixão, propósito e integridade. Que você seja sempre curioso, resiliente e determinado, tornando-se uma mulher incrível em tudo o que fizer.
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