O Ozempic e o Wegovy, remédios para emagrecer, tem a semaglutida como seu componente base. E uma pesquisa revelou que esse princípio ativo pode ajudar a reduzir a necessidade de tratamento médico para o tabagismo em fumantes com a doença tipo 2 do diabetes. A comparação aconteceu com base em outros sete remédios antidiabéticos.
Nesta segunda-feira (29), um estudo que apareceu na revista Annals of Internal Medicine revelou esse possível benefício. Isso porque a semaglutida é um agonista do receptor de peptídeo-1 e parecido com o glucagon (GLP-1), que ajuda na regulação do nível de glicemia. Ele também ajuda em uma maior sensação de saciedade. No caso, esse composto está presente no Ozempic, para diabetes tipo 2, e no Wegovy, para emagrecer.
O estudo
De acordo com a CNN, os participantes do estudo que usaram a semaglutida tiveram uma menor chance de terem o diagnóstico de transtorno do uso de tabaco. Além de precisar de medicamentos contra o tabagismo ou de aconselhamento para tratamento do vício. Com essas descobertas, novos ensaios clínicos foram sugeridos para entender o potencial da semaglutida no tratamento de tabagismo.
Anteriormente, estudos mostraram que o uso do medicamento poderia reduzir a vontade de fumar. A Universidade de Oxford publicou o estudo dia 10 de julho deste ano. Ela apresentou a hipótese de que remédios como o Ozempic estão ligados ao menor risco de demência e menor dependência da nicotina.
Na pesquisa atual, houve a avaliação da semaglutida em comparação com outros sete medicamentos antidiabéticos. Os cientistas do National Institute on Drug Abuse, National Institutes of Health e Case Western Reserve University School of Medicine que trabalharam na análise. Eles dividiram os participantes em três grupos: pessoas que não tinham obesidade, pessoas com diabetes tipo 2, TUD e obesidade e pessoas com diabetes tipo 2 e TUD.
Eles descobriram que o componente presente em remédios para emagrecer estava associado a uma menor necessidade de cuidados de saúde ligados ao tabagismo. Entretanto, os autores ainda reforçam que o uso off-label para o tratamento do vício não deve receber indicação e que outras pesquisas acontecerão para comprovar a ligação entre os fatores.