Quando foi descoberto inesperadamente a fosfina e um outro gás nas nuvens de Vênus, houveram muitas controvérsias no meio científico. Isso porque o gás descoberto significa vida aqui na Terra.
Entretanto, agora, a mesma equipe que fez essa descoberta apresentou outras observações. A divulgação das informações aconteceu em 17 de julho, durante uma reunião da Royal Astronomical Society em Hull, Inglaterra. De acordo com os especialistas, os dados mostraram evidências fortes de que a fosfina está presente nas nuvens de Vênus.
O planeta é semelhante à Terra em questão de tamanho, entretanto, sua temperatura na superfície poderia derreter chumbo. Além disso, suas nuvens teriam a composição com base em ácido sulfúrico corrosivo. As descobertas sobre ele tiveram um impacto positivo por conta de um novo receptor instalado em um dos instrumentos usados nas observações, o Telescópio James Clerk Maxwell, no Havaí.
O estudo
Enquanto isso, outra equipe, da qual o Dave Clements, professor associado de astrofísica no Imperial College London, também faz parte, mostrou evidências do gás de amônia no planeta. “Isso é, discutivelmente, mais significativo do que a descoberta da fosfina”, revelou. “Estamos longe de dizer isso, mas se houver vida em Vênus produzindo fosfina, não temos ideia de por que está produzindo. No entanto, se houver vida em Vênus produzindo amônia, temos uma ideia de por que ela pode querer respirar amônia.”
Segundo a CNN, a amônia é um gás natural que ocorre no ambiente. Além disso, sua produção acontece por bactérias no final do processo de decomposição de resíduos animais e vegetais. Enquanto isso, a fosfina, na Terra, é um gás tóxico produzido por matéria orgânica em decomposição ou por bactérias.
De acordo com o especialista, essa descoberta poderia indicar vida. “Fosfina e amônia foram sugeridas como biomarcadores, inclusive em exoplanetas. Então, encontrá-los na atmosfera de Vênus é interessante também por esse motivo. Quando publicamos as descobertas de fosfina em 2020, compreensivelmente, foi uma surpresa”.