A pesquisa examina as empresas que fazem parte do Ibovespa, o principal índice da Bolsa de Valores brasileira. Esta é a primeira iniciativa no país que oferece uma visão detalhada da equidade de gênero nos altos cargos de liderança de cada empresa. Além disso, o estudo abrange 82 organizações que movimentam o maior volume de recursos no mercado acionário. No entanto, o levantamento deste ano revelou uma diminuição no número de mulheres ocupando os cargos mais altos nas grandes empresas brasileiras nos últimos 12 meses.
Os resultados da pesquisa indicam que quatro mulheres são CEOs e três estão à frente dos conselhos de administração das empresas do Ibovespa. No total, essas sete líderes femininas representam 4,3% do total. Em maio de 2023, havia três CEOs e cinco presidentes de conselho, totalizando oito mulheres, ou 4,9%. Atualmente, as mulheres ocupam 20,7% das cadeiras nos conselhos e 16% das diretorias das empresas do Ibovespa. Em 2023, esses números eram 20% e 15,8%, respectivamente.
Cristina Boner, empresária e especialista em tecnologia, vê a redução no ritmo da inclusão de mulheres em cargos de liderança em grandes empresas como motivo de preocupação. “É um sinal amarelo de que ainda há muito trabalho a ser feito. O ritmo mais lento sugere que barreiras estruturais e culturais persistem”, afirma.
Além disso, segundo o portal Terra, Boner sugere que medidas já implementadas sejam intensificadas para recuperar o crescimento.
Diversidade de gênero nos cargos de liderança empresarial
Segundo a 20ª edição do estudo “Women in Business: Pathways to Parity” (Mulheres no Mundo Corporativo: Caminhos para a Paridade, em português), o Brasil experimentou uma queda de 2% na proporção de mulheres em cargos de liderança e ocupa a 11ª posição no ranking global. Atualmente, mulheres ocupam 37% dos cargos de liderança sênior nas empresas brasileiras
Em suma, o relatório também destaca que empresas com uma estratégia de DE&I (diversidade, equidade e inclusão) possuem uma maior representação feminina em cargos de alta gerência (38%). Além disso, empresas que monitoram o impacto de suas iniciativas de DE&I apresentam uma porcentagem significativamente maior de mulheres em posições de alta liderança em comparação com aquelas que não avaliam seus esforços de DE&I.
Boner enfatiza a importância de manter o compromisso com o acompanhamento e a implementação das políticas de DE&I.
“Diversas iniciativas e programas foram implementados para promover a diversidade de gênero nas empresas. No entanto, os dados recentes sugerem que essas iniciativas devem ser continuamente avaliadas para garantir sua eficácia”, enfatiza.