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Banho de lua pode trazer risco de câncer; entenda

A pesquisa sobre o banho de lua se iniciou em 2019, quando Ronald Feitosa teve contato com uma paciente de 22 anos com SMD. No caso, a medula não produzia mais células sanguíneas

Banho de lua pode trazer risco de câncer; entenda

O banho de lua pode ser um fator de risco para câncer de medula (leucemia) e síndrome mielodisplásica (SMD) - Reprodução Freepik (@freepik)

Uma pesquisa revelou fortes indícios de que o banho de lua, procedimento estético para clarear os pelos, pode ser um fator de risco para câncer de medula (leucemia) e síndrome mielodisplásica (SMD), um distúrbio da produção de células sanguíneas. O estudo foi realizado pela Universidade Federal do Ceará (UFC).

O possível risco seria a concentração da solução usada no procedimento. No caso, o peróxido de hidrogênio (água oxigenada) e a amônia. Além disso, a frequência também corrobora como fator de risco. “Alguns estudos já indicavam uma possível associação entre o uso dessas substâncias com câncer de medula óssea. Agora, nosso trabalho trouxe mais indícios de que a combinação peróxido de hidrogênio e amônia pode ser fator de risco para o câncer”, revelou a pesquisadora Letícia Rodrigues, responsável pelo trabalho.

“Sem dúvida nenhuma, temos um alerta para a comunidade científica. São indícios fortes de que o banho de lua pode induzir alterações no DNA e na medula óssea, o que pode levar a uma leucemia aguda”, afirmou o orientador do trabalho, Ronald Feitosa, da Faculdade de Medicina da UFC e pesquisador do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). No entanto, o banho ainda conta com a autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O estudo

Ambos os pesquisadores foram unânimes ao afirmarem que isso não quer dizer que toda pessoa que fez o uso do banho de lua irá desenvolver câncer. No entanto, elas precisam estar atentas sobre a frequência e a concentração das substâncias usadas. “Como a gente trabalha com prevenção, é bom evitar o uso do banho de lua e de outros procedimentos que utilizem essas substâncias químicas, como a tintura”, explicou Letícia.

De acordo com a CNN, a pesquisa se iniciou em 2019. Na época, Ronald Feitosa atendeu uma paciente de 22 anos som SMD hipoplásica, em que a medula não produzia mais células sanguíneas. No entanto, a jovem não tinha nenhum caso de câncer na família.

Pouco tempo depois, a moça faleceu e deixou um filho de seis meses. Porém, os pesquisadores viram um ponto que chamou a atenção na história da paciente. A jovem relatou que tomava banho de lua semanalmente, em um período de até quatro horas.

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