Em tributo à luta e à resistência das mulheres negras, o dia 25 de julho é comemorado como o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. Além disso, no Brasil, a data também homenageia Tereza de Benguela, conhecida como “Rainha Tereza”, que viveu no século XVIII no Vale do Guaporé (MT) e liderou o Quilombo de Quariterê.
Segundo o jornal Andes, o Quilombo de Quariterê abrigava mais de 100 pessoas, incluindo indígenas. Ainda assim, a liderança de Tereza de Benguela se destacou pela criação de uma espécie de Parlamento e de um sistema de proteção para a população quilombola.
Aliás, a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha após o 1º Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-Caribenhas, realizado em Santo Domingo, na República Dominicana, em 1992.
Em suma, o evento reuniu mais de 300 representantes de diversos países para compartilhar suas vivências, denunciar opressões e discutir estratégias de luta e soluções contra o racismo e o machismo.
Conheça abaixo 4 mulheres negras que se destacaram na luta pela igualdade racial e pelos direitos das mulheres:
Carolina de Jesus
Carolina Maria de Jesus (1914–1977) foi uma escritora e catadora de materiais recicláveis. Seus relatos da vida na favela, reunidos em mais de 20 cadernos, inspiraram o livro “Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada”. Além disso, ela se destacou como uma das primeiras escritoras negras a ganhar reconhecimento internacional, usando sua escrita para denunciar desigualdades sociais e preconceito racial.
Dandara
Dandara dos Palmares foi uma líder quilombola do século XVII, lutando contra a escravidão e pela liberdade dos negros. Dominava capoeira e lutava no Quilombo dos Palmares, ao lado de Zumbi dos Palmares, com quem teve três filhos. Ademais, foi capturada em 1694 durante ataques intensificados ao quilombo, Dandara preferiu a morte à escravidão e se jogou de uma pedreira.
Tereza de Benguela
Tereza de Benguela, ou “Rainha Tereza”, foi uma líder do Quilombo de Quariterê no século XVIII, no Vale do Guaporé (MT). Após a morte de seu companheiro, José Piolho, ela comandou o quilombo, que abrigava mais de 100 pessoas e resistiu até o final do século. Destacou-se pela criação de um Parlamento e um sistema de defesa. Uma versão sugere que soldados capturaram e mataram Tereza de Benguela em 1770, embora sua morte não seja totalmente clara.
Marielle Franco
Marielle Franco (1979–2018) foi uma política brasileira que representou diversas minorias. Negra, mulher, mãe, feminista, pobre, criada na favela e LGBTI+, ela conquistou a eleição para vereadora no Rio de Janeiro e presidiu a Comissão da Mulher. Completou um mestrado em Administração Pública pela UFF, com uma dissertação sobre a UPP. Em 14 de março de 2018, um atentado contra o carro de Marielle resultou em seu assassinato. Contudo, ela se tornou uma fonte de inspiração para milhões ao redor do mundo.