Revista Poder

Maconha sintética causa 2 casos de intoxicação por dia; entenda

No Brasil, pesquisadores da USP e da Unicamp destacaram uma crescente apreensão de nitazeno, um forte grupo de opioides sintéticos. A substância foi encontrada nas "Drogas K"

Maconha sintética causa 2 casos de intoxicação por dia

465 casos foram confirmados - Reprodução Freepik (@wirestock)

Em São Paulo, a “maconha sintética” trouxe 483 casos de possível intoxicação entre 31 de dezembro de 2023 e 13 de julho deste ano. Destes números, 465 tiveram confirmação. Isso representou uma média superior a duas notificações por dia de intoxicação na capital paulista.

Os canabinóides sintéticos seriam substâncias bases das composições de drogas com efeitos psicoativos e tóxicos. Segundo a CNN, isso se daria a partir da ligação nos receptores canabióides em seres humanos.

De acordo com a Prefeitura, em 72,3% dos casos, os pacientes se curaram sem sequelas. No entanto, seis pessoas faleceram por conta da intoxicação neste período. A idade das vítimas era entre 22 e 29 anos.

Segundo o relatório da Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo, estas drogas, com o nome de “supermaconha” ou “drogas K”, teriam sua produção em laboratórios clandestinos e “sem qualquer controle de qualidade e seus efeitos incidem de forma muito mais intensa e nociva sobre o organismo do que a maconha produzida naturalmente”.

Um estudo feito por pesquisadores da Unicamp e USP destacou a crescente apreensão de nitazeno, um forte grupo de opioides sintéticos, no Brasil. A substância apareceu na maconha sintética, ou “Drogas K”.

“Os nitazenos são substâncias que foram sintetizadas com o objetivo de servirem como medicamentos, mas nunca foram usados para esse propósito, justamente pelo fato de ter sido constatado antecipadamente seu alto potencial de causar dependência e morte. Nitazenos são opioides cerca de 500 vezes mais potentes que a heroína”, explicou Maurício Yonamine, professor de toxicologia da faculdade de ciências farmacêuticas da USP.

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