Um estudo apontou que aumentar os impostos sobre bebidas açucaradas no Brasil poderia reduzir custos de saúde diretos e indiretos. Em dez anos, aproximadamente, haveria uma economia de R$ 81 bilhões.
Pesquisadoras da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) em parceria com instituições internacionais que redigiram o artigo publicado nesta sexta-feira (12) na revista PLOS Medicine.
Este estudo poderia contribuir com a definição da alíquota de tributação de bebidas açucaradas no país. Isso porque houve uma votação de regulamentação tributária na Câmara e estes produtos foram mantidos na lista que receberão imposto seletivo. No caso, por serem prejudiciais à saúde humana e ao meio ambiente.
O artigo se baseou nos dados recentes da Pesquisa de Orçamentos Familiares (2017-2018), do Instituto Brasileiro de Economia e Estatística (IBGE). Ele usou as informações para estimar como a mudança nos preços impactaria no consumo deste tipo de bebida.
Desta forma, houve a análise dos dados de mais de 37 mil adultos acima de 20 anos e uma simulação de qual seria a redução de calorias consumidas. Além disso, viram como isso afetaria a saúde e o peso das pessoas ao longo do tempo.
De acordo com a revista Galileu, os resultados se mostraram benéficos para a saúde dos brasileiros. A implementação de um imposto de 20% iria reduzir em 7% da obesidade em 10 anos. Já as taxas de 30% nas bebidas iriam reduzir 9%. “Mudar preços é uma medida bem importante para estimular comportamentos de consumo mais saudáveis”, afirmou Paula Pereda, pesquisadora da USP e uma das autoras do estudo.