Essa conquista faz parte das novas estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), divulgadas nesta segunda-feira (15) em um relatório sobre imunização global.
O relatório revela que o número de crianças brasileiras que não receberam nenhuma dose da vacina DTP1, que protege contra difteria, tétano e coqueluche, caiu drasticamente de 418 mil em 2022 para 103 mil em 2023. Esse avanço se deve em grande parte ao Movimento Nacional pela Vacinação, lançado em 2023 pelo governo brasileiro, com o objetivo de restaurar a confiança da população na ciência, no Sistema Único de Saúde (SUS) e nas vacinas.
“Logo que assumimos a gestão, demos largada no Movimento Nacional pela Vacinação, um grande pacto para a retomada das coberturas vacinais. O Zé Gotinha viajou pelo Brasil, levando a mensagem de que vacinas salvam vidas. E hoje, com o reconhecimento do Unicef e da OMS, confirmamos que o Brasil se destacou positivamente com a retomada das coberturas vacinais”, afirmou Nísia Trindade, ministra da Saúde.
Além da redução no número de crianças que não receberam a DTP1, o relatório também mostra uma diminuição no número de crianças que não receberam a DTP3: de 846 mil em 2021 para 257 mil em 2023. A DTP é administrada no Brasil pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) como a Vacina Pentavalente.
A ministra Nísia Trindade destacou que o Brasil começou a ver a perda de conquistas importantes do programa de vacinação, como a erradicação da varíola e a eliminação da circulação do vírus da poliomielite. “Mas nós revertemos esse cenário. Em fevereiro de 2023, logo que assumimos a gestão, demos largada no Movimento Nacional pela Vacinação, um grande pacto para a retomada das coberturas vacinais. O Zé Gotinha viajou pelo Brasil, levando a mensagem de que vacinas salvam vidas. E hoje, com o reconhecimento do Unicef e da Organização Mundial da Saúde, confirmamos que o Brasil se destacou positivamente com a retomada das coberturas vacinais”, defende.
Essa recuperação foi possível graças ao empenho e trabalho dos profissionais da saúde e dos gestores estaduais e municipais. “Nosso agradecimento a todos aqueles que se mobilizaram, que levaram as crianças para atualizar a caderneta de vacinação e que confiaram no Sistema Único de Saúde”, completou a ministra.
Em 2021, o Brasil ocupava o 7º lugar na lista dos 20 países com mais crianças não imunizadas. Em 2023, o país saiu dessa lista, com 13 das 16 principais vacinas do calendário infantil apresentando aumento nas coberturas vacinais em comparação com 2022. Entre os destaques de crescimento estão as vacinas contra poliomielite, pentavalente, rotavírus, hepatite A, febre amarela, meningocócica C, pneumocócica 10, tríplice viral e reforço da tríplice bacteriana (DTP).
O investimento para apoiar estados e municípios nessa estratégia também aumentou. Em 2023, mais de R$ 6,5 bilhões foram investidos na compra de imunizantes, e a previsão é que esses recursos alcancem R$ 10,9 bilhões em 2024. De forma inédita, R$ 150 milhões foram repassados por ano aos estados e municípios, em apoio às ações de imunização com foco no microplanejamento.
As ações de microplanejamento, recomendadas pela OMS, incluem diversas atividades focadas na realidade local, desde a definição da população-alvo até a logística de vacinação. Essas estratégias ajudam a alcançar melhores resultados e melhorar as coberturas vacinais.
Entre as iniciativas que podem ser adotadas pelos municípios estão a realização do “Dia D” de vacinação, busca ativa de não vacinados, vacinação nas escolas e intensificação da vacinação em áreas indígenas. A atual gestão do Ministério da Saúde também promoveu mudanças no painel de registro de aplicação das vacinas para dar mais transparência e agilidade aos dados, com a migração para a Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS).
O Zé Gotinha, ícone histórico da imunização, teve um papel importante em 2023, participando de eventos por todo o Brasil para promover a vacinação e combater as fake news. O personagem é considerado um aliado importante no processo de educação e conta com a confiança da população brasileira.
O Governo Federal também lançou o programa Saúde com Ciência, uma iniciativa inédita em defesa da vacinação e voltada ao enfrentamento da desinformação. O programa é composto por cinco pilares: cooperação, comunicação estratégica, capacitação, análises e responsabilização, visando fortalecer as políticas de saúde e a valorização do conhecimento científico.
Apesar dos avanços no Brasil, o cenário global é preocupante. O número de crianças que não receberam nenhuma dose da DTP1 aumentou de 13,9 milhões em 2022 para 14,5 milhões em 2023. As estimativas da OMS e do UNICEF fornecem um conjunto abrangente de dados sobre tendências de imunização para vacinas contra 13 doenças, administradas por meio de sistemas de saúde regulares.
Em resumo, o Brasil deu um passo significativo na recuperação das coberturas vacinais e serviu de exemplo positivo no cenário global, destacando a importância do empenho coletivo na promoção da saúde pública e na confiança nas vacinas.
Fonte: Gov.br